quarta-feira, 16 de março de 2011

A prostituição do Mercado do Cavalos Puro Sangue Lusitano no Brasil





Já faz algum tempo que intermediários norte americanos, recebem cavalos PSL nascidos no Brasil de um grupo especifico, sem que o mesmo tenha de fazer algum investimento. Estes criadores colocam nos EUA os cavalos sem que este pague sequer a passagem aérea e quarentena dos cavalos.
O que me leva a denunciar este tipo de ação comercial é uma prática a qual está tornando-se rotina, não só com o maior comprador de cavalos PSL da História desta raça no Brasil, como outros intermediários estão exigindo a mesma regalia “nefasta” para executarem negócios com os criadores Nacionais. Este tipo “negócio” fragiliza o nosso produto e muito, mostrando internacionalmente a agonia do momento de todos os criadores nacionais, sem mercado interno, acabando com o marcado internacional e com a crescente importação de cavalos europeus “Warmblood” verificada nos últimos dois anos. Há que prestar muita atenção ao conjunto dos acontecimentos comerciais.
De certo não estou falando de Criadores nacionais de renome que fazem leilões nos EUA, mas sim de grupo isolado que perambula pelos criatórios nacionais, principalmente aqueles fragilizados por uma produção medíocre, propondo o negócio o qual depõe verticalmente contra as regras praticadas no mundo neste segmento de negócio, seja no Salto de Obstáculos ou mesmo no Adestramento.
Habituar-se o mercado a esta “facilidade”, tornando-se uma prática comum, de certo trará graves conseqüências no Futuro para todos os criadores nacionais em geral, mas acima de tudo para a valorização do nosso cavalos.
Este tipo de “dumping” não pode, nem deve ter a concordância de nenhum criador que tenha orgulho de sua criação e seja honesto consigo próprio, no mínimo qualquer importador terá de pagar pela importação, hoje em torno de US$10.000 do animal negociado para os EUA. Este fato torna a competição no mercado “negativa” e deve ser combatida frontalmente por todos, principalmente pelos criadores líderes da raça no Brasil.
No meu ver, quando mostramos estar fragilizados, mais sofreremos no futuro para restabelecer parâmetros comerciais adequados e aceitáveis, os quais permitam a todos sobreviver dignamente, independente do preço praticado por individuo.
Peço encarecidamente aos produtores nacionais de cavalos PSL que não permitam que este tipo de comércio torne-se uma rotina, o que provocará um “tsuname” nas relações comerciais internacionais do cavalos PSL no Brasil.
De certo o mercado é livre, se cria-se um cavalo e quer doá-lo, tudo bem, o que não se pode permitir é sair no mercado ofertando este tipo de benefício aonde todos serão penalizados. Historicamente comprador paga:
- Radiografias (caso não existam)
- Exames
- Transporte terrestre até o aeroporto; serviços de despachante, transporte aéreo e quarentena.
Este assunto é de gravidade absoluta e deve ser resolvido num acordo entre os criadores na própria ABPSL e em seu Conselho, por tratar-se de um caminho sem volta, caso nada seja feito efetivamente. Para mim, é a prostituição do mercado e mostra a fragilidade que nos encontramos neste momento, quando o mercado norte americano está verificando que o cavalo PSL definitivamente não consegue superar o estigma de “PET”.

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