sexta-feira, 1 de julho de 2011

CAMPEONATO BRASILEIRO DE SENIORES TOP (Uma luta de Titãs)

O filme da pista - https://mail.google.com/mail/?shva=1#inbox/130e6dde179029a6

O texto do Superior Tribunal Esportivo - http://www.cbh.org.br/admin/arquivos/conteudo/stjd/yuri_impugnacaodepartida-20110624-085633.pdf

É lastimável o que vêm ocorrendo com o resultado do Campeonato Brasileiro de Saltos de Obstáculos Sênior TOP no Brasil. No dia de ontem tive a oportunidade de ver o filme da prova em alta resolução, com a disponibilização de todos os recursos possíveis de analise, “still” e “slow motion”, além dos texto publicado pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Hipismo Brasileiro, explicações do cavaleiro envolvido Sr. Yuri Mansur Guerios e uma conversa via telefone com o Secretário Executivo da CBH Sr. Luís Rocco.

Deixo claro também ser amigo pessoal do cavaleiro “Cezinha” de longa data e reconheço o talento do cavaleiro patrocinado pelo Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Brasileiro de Hipismo, assim como do Presidente da CBH e seu Secretário Executivo de longa data. Minha pauta é a analise dos fatos e buscar uma resposta para este evento que de certo denigre a imagem do NOSSO esporte, pela simples razão de existir a duvida, numa falta aonde tudo indica ser de características indiretas, pois o obstáculo RIO é o único que depende de uma analise visual do ser humano e o único que pode ser manipulado, já que as outras faltas são muito claras, derrubou caiu, refugou (o cavalo perde o seu movimento para diante ou pára diante do obstáculo) também é falta e o restante da pontuação é proveniente do cronometro, o qual quase sempre é visto por todos na pista.

Vamos aos fatos:

1) O mais importante na minha ótica, o cavaleiro termina o percurso e a bandeira do juiz de do RIO não levanta a bandeira. Ela é levantada depois do termino do percurso. Quando existe uma falta no RIO, esta bandeira é levantada de imediato e computado imediatamente pelo juiz da prova no resultado final logo em seguida, procedimento normal.
2) Quando questionado, não foi apresentada a marca dos membros do cavalo na gel da madeira a qual delimita a largura do obstáculo. Outro fato comprovativo o qual define a falta irrefutavelmente.
3) O juiz em causa não ter a classificação para sua função nem estar seu nome descrito no programa da competição. Juíz de RIO, obrigatoriamente tem de ter qualificação para esta função.

Estes três fatos coligados nos levam a uma forte impressão de manipulação de resultado.

Imprensa especializada – Pesquisei nos sites: Por Fora das Pistas, Hipismo Br e Camera Hipismo e nenhum deles manifesta-se sobre o tema em questão, já que o mesmo é publico o que caracteriza mais uma vez uma imprensa subserviente e dependente, com ausência absoluta do papel mais importante do jornalismo, a busca pela verdade, tratando-se do Campeonato Brasileiro de Seniores TOP aonde estava em jogo uma vaga para os Pan de Guadalajara MX. De certo deixou-me ainda mais incrédulo e triste.
Como agravante, sabendo estes do “problema grave” e da IMPUGNAÇÃO DA PARTIDA por parte do Superior Tribunal, estes mesmos sites acrescidos do da CBH continuam afirmando que o vencedor da prova e subseqüente vaga é o cavaleiro Cesar Almeida e a égua Vanity Império Egípcio. Visando explicar estes triste fatos temos de analisar o passado e o movimento brasileiro relativo ao comércio e interesses relativos à Industria do cavalo nacional, principalmente no cavalo de esporte e histórico vertiginoso deste atleta, devido a sua extrema competência como cavaleiro e empresário do ramo.

O Sr. Yuri Mansur Guerios, é proprietário da empresa Quality Horses, esta empresa hoje no mercado nacional e internacional é a maior vendedora de cavalos de salto de obstáculos em nosso país, grande sucesso este adquirido através da expertise pessoal do jovem empresário e atleta de reconhecimento mundial. O cerne do problema reside também neste fato.

Esta empresa através único e excepcional trabalho de marketing, inovadora e criativa em algumas questões relativas a divulgação do seu produto, descobriu uma formula de utilização em performance de seus cavalos, os identificando pela "casaca abobora" de seus cavaleiros, hoje uma logo marca internacional. Casaca Abobora é igual a cavalos Quality Horse em todo o território nacional aonde esta empresa patrocina cavaleiros forneçendo o que este mais precisam, cavalos de qualidade. Esta ação é única no mundo, nunca antes utilizada, a não ser por países na identificação de suas cores, como a holanda. Solução genial para um problema crônico dos esportes eqüestres, como identificar os patrocínios quando estes estão em performance e têm acesso à mídia gratuita.

Alcançando este atleta números expressivos no comercio de cavalo, quase todos de origem européia, foi aberta a temporada de caça. Como? Em primeiro lugar foi retirada deste as ajudas de custo nos eventos internacionais, mesmo este tendo sido qualificado para uma Copa do Mundo 2009 por mérito. Foram criadas dificuldades de inscrição nos principais concursos preparatórios do conjunto para este que é o maior desafio da modalidade no mundo. A pressão foi tanta, as arrelias de logística imensas que já este conjunto na Europa, a dias de sua estréia nesta que seria na oportunidade o ponto alto de sua carreira seu cavalo vêm a falecer.

No ano seguinte, este cavaleiro, volta a despontar nas principais colocações dos concursos nacionais com dois novos cavalos, inexperientes para os desafios, volta a classificar dois animais para esta competição máxima do hipismo mundial.

Proveniente da classe média paulista, com características psicológicas únicas, as quais apenas encontramos em atletas de elite, como perseverança, não se abater com as derrotas, perfeccionista, inteligente e criativo e de grande visão empresarial, o coloca junto de nomes imortais do esporte nacional e de certo é um exemplo de conduta, o qual poderá servir de espelho para milhares de atletas que lutam pela vitória em nosso país em ás vésperas de uma Olímpiada.
No meu entender, o este triste episodio vai além do ganhar ou perder uma vaga para os jogos pan-americanos, trata-se de um ícone nacional do esporte e um exemplo que deve ser protegido, incentivado e porque não venerado por todos.

Todos sabemos que a parte mais frágil de um cavaleiro como em qualquer atleta de alta performance mundial é o equilíbrio psicológico o qual depende de sossego, estabilidade financeira para execução da logística esportiva e apoio incondicional dos órgãos competentes do país, Ministério dos Esportes e Confederação Brasileira de Hipismo, na logística e facilitação na execução das incursões internacionais em competições e treinamentos. No caso, o cavaleiro não conta, nem nunca contou com uma ajuda clara para este fim, colocando-o muitas vezes frente a frente de uma forma desagradável com CBH.

Por outro lado, sua carreira internacional é congratulada com aplausos por onde passa, principalmente por aqueles os quais são seus concorrentes e foi adotado recentemente pelo ícone do esporte mundial Sr. Nelson Pessoa o qual o preparou para o último desafio na Europa de forma gratuita (fato este inédito quando se trata de Nelson Pessoa). Não é possível um cavaleiro desta categoria, dormir em caminhões de transporte de cavalos em temperaturas perto do zero graus, quando participa dos maiores desafios possíveis no esporte carregando o estandarte nacional, desafios estes de alto risco à própria integridade física. O meu “grito” é que estes dirigentes cuidem com carinho do que nós brasileiros temos de melhor e indivíduos que dentro deles carregam o nosso espírito de luta e vitória o que nos enche de orgulho. No dia de ontem o cavaleiro concordou em falar comigo e marcou um encontro no Parque do Ibirapuera às 7 horas da manhã, quando lá cheguei encontrei-o treinando com o preparador físico de renome internacional Sr. Nuno Cobra. Uma visão de “deja vu” apoderou-se de minha pessoa, 15 anos antes havia visto o amigo Airton Senna recebendo o mesmo tipo de treinamento na Cidade Universitária em São Paulo com o mesmo homem. Como jornalista, não podia fugir e não enfrentar o desafio de escrever sobre o tema.

O que se trata nesta questão é de competências, um confronto direto entre a indústria européia de produção de cavalos e a produção nacional de cavalos de esporte, a qual no decorrer de sua existência não conseguiu produzir numero suficiente de cavalos de qualidade, permitindo que cavaleiros como o Sr. Yuri para alcançarem o sucesso desejado tiveram obrigatoriamente que recorrer a cavalos produzidos na Europa. Dentro desta ótica, culpo também a CBH de não ter tido a sensibilidade de perceber que o esporte eqüestre nacional estava muito centralizado nos grandes centros metropolitanos e que este sempre teve essências rurais (principal diferença entre a Europa e o Brasil) e que demoraram muito para padronizar o ensino em todo o território nacional, não qualificando os seus professores. Agrega-se a isso também, as alterações nas questão de importação de cavalos de performance para o nosso país, aonde foi permitido à CBH dar o crivo de legalidade à importação de X ou Y cavalo, sobrepondo-se às Associações de raça, sendo hoje o melhor caminho e mais fácil para importar cavalos, desde que se pague por cada um a quantia de R$2.800 mil reais para a CBH. Estamos falando de aproximadamente 1000 cavalos ano, entre Quarto de Milha, Lusitanos e de Esporte.

Estes são os conflitos que envolvem esta decisão e não se o Sr. Yuri merece ou não participar de um Pan-americano. Do outro lado da competição, vimos uma Associação de Raça com fortes interesses estratégicos e uma marca ligada às instituições financeiras nacionais de nome Bradesco. De certo é uma luta de Sansão e Golias, a qual depende integralmente da boa justiça praticada no nosso país e rezamos para que ela seja justa perante os fatos ocorridos naquele fatídico domingo de junho de 2011, fazendo com que a CBH entenda que o papel dela também é a ajuda a atletas de elite, fazendo destes ídolos nacionais, os quais moram país e aqui nasceram.