segunda-feira, 1 de setembro de 2008

OLÉ DO RETIRO

OLÁ DO RETIRO




OLÉ DO RETIRO POR DARDO

ARRAYAN LAM




MELHOR CAVALO PSL DO MÉXICO 2008/2009 . ESTAS FOTOS FORAM TIRADAS QUANDO O MESMO TINHA ENTRE UM E DOIS ANOS. UM FILHO DE OLÉ DO RETIRO POR DARDO EM ÉGUA ZICO. certamente representa o que de melhor existe no mundo.

PURA POLVORA!!

Este tema é de grande dificuldade e extremamente delicado. É direcionado aqueles que amam os seus cavalos e não conseguem fazer a relação do BONITO com o BOM.
O que acontece em nosso país é comum em outros países. Quem começa a criar cavalos nem sempre tem o conhecimento necessário para o fazer, no Brasil, pela falta de fomento e de informação geral e muitas vezes por falta de interesse do investidores e criadores iniciantes o fazem intuitivamente e desta forma muitos erros são cometidos.
Normalmente o novo criador compra animais que não interessam aos criadores com mais experiência na atividade (descarte) e os primeiros resultados são comprometidos. Como o mesmo produto nascido demora 3 anos para delinear o erro (apenas na comercialização sentirá na pele), por falta de poder de descarte e muitas vezes por acreditar que pode “virar”,logo este pequeno criador terá de ver-se livre dos produtos que criou acrescentando os erros que cometeu. Isso juntando-se 20 criadores que também começaram naquele ano a criar, vira uma “bola de neve”.
Os mais hábeis e não querendo entrar no prejuízo, o que é muito natural, fazem um programa de marketing para venda destes cavalos que também a eles não interessam. Aliando-se a isso, agencias de leilões, visando ganhar algum trocado, vendem estes produtos, sempre utilizando o que de melhor eles têm e ampliando e induzindo as pessoas a erros maiores (acreditar na própria mentira) e induzindo outros novos criadores a novos erros, fazendo assim a “roda girar”. Este processo de uma forma ou de outra terá de terminar. Como? Educando os novos criadores e desta forma os protegendo, fornecendo elementos que permita liberdade de escolha e de atitude na realização do seu desejo.
Quando a pessoa “olha pela janela” , além de não ter prazer no que olha, não observa uma possibilidade de reaver o seu investimento e logo fará com outros o que fizeram com ela (ou coloca outdoors em estradas vendendo cavalos por 5000 mil reais) o que não deixa de ser uma atitude honesta e muito comercial. Quanto mais cedo o criador aprender a defender-se, menos dissabores terá no futuro e certamente esta é a razão pela qual estou aqui escrevendo este texto.
No cavalo conseguimos mentir, mas não conseguimos manter a mentira por muito tempo, porque mais tarde dois fatores serão os grandes medidores desta atividade: - Os resultados em Exposições e os resultados em provas. (cruel é reparar que as pessoas dão valor a um cavalo que ficou em 13 º colocação numa classe com 25 animais) achando que isso é louvável. De certa forma o é, pois teve a coragem de pagar a inscrição, o transporte e colocar o animal numa exposição, mas não chega a ser o suficiente.
No caso de cavalos de competição, falar em CAE não é nenhuma referência. Primeiro pelo fato que o Adestramento Nacional, fora pouquíssimos casos não é referência de qualidade de cavalos, mas sim e faz muito bem esta parte, de desenvolvimento de potenciais visando chegar ao fim pretendido. O Adestramento só começa a ser referência quando o cavalo chega na reprise São Jorge (principalmente para o PSL), até lá ele andou para a frente e um pouco para os lados. Os únicos parâmetros nacionais aceitáveis são o Chalenger e Internacionais, aonde os cavalos são julgados por juízes internacionais e as notas podem ser comparativas com outros países, de outra forma é pura troca de figurinha, chegando muitas vezes a professores julgarem seus alunos ou amigos próximos, já que a comunidade é pequena e o que interessa é incentivar as inscrições e premiar, o que certamente têm de ser feito para popularizar.
É doloroso abrir a revista mais lida do mundo de Adestramento , como fiz ontem “DRESSAGE TODAY” e ver na segunda página o anuncio de uma leilão de animais PSL num dos mercados mais exigentes do mundo, tendo em mente os produtos ofertados no ano anterior e o recente leilão nacional. A “força da grana”, porque uma página na DRESSAGE TODAY custa 3.500 dólares por edição e têm mais, no caso eles anunciam todas as edições, é só para quem pode e certamente agregando-se o custo de transporte, de estabulagem, de mídia direcionada ( de boa qualidade), o preço alcançado é pura “troca de figurinha” que nos leva a outro pensamento de lavagem de dinheiro, já que os cavalos saem do país com valor de US$2.000 e são vendidos por boa média. Este resultado final legaliza o dinheiro e poderá trazê-lo de volta ao Brasil via Banco do Brasil legalizado. Não podemos esquecer que ambos os articuladores e financiadores deste leilão são especialistas em movimentos financeiros. A oferta de produtos medíocres neste mercado só danifica a criação nacional, porque os vendidos na última edição do mesmo, quase 50% encontram-se à venda nos dias de hoje. Todos sabemos que “queima o filme”, porque o custo/benefício depois da festa, fica bem comprometido. Dificilmente este ano os resultados serão iguais ao do ano passado, visto que a crise nos EUA aumentou e certamente o Barak Obama não terá tempo para recuperar a economia.
Esta relação existe no mercado interno, mas teremos de ter conhecimento que os anúncios colocados em revistas não refletem absolutamente nada nos resultados comerciais, a não ser fazer com que o cavalo caia com mais facilidade na “Radio Peão” e que nem sempre os comentários sejam os pretendidos, porque X animal nada mostrou e o que mostra não é no momento fruto da verdade inquestionável, a vitória.
Não existe segredo, tudo é muito simples e claro. Temos de separar o trigo do joio e cair na real de que não temos mercado para cavalos PSL no Brasil para “desovar” tantos cavalos medíocres, fruto de um processo desregrado de criação sem parâmetros de qualidade e divisões internas entre tipos. UNIFICAR O TIPO É IMPORTANTE, para que tenhamos representação internacional e neste caminho se surgir um potencial, desenvolve-lo com critério, sendo este outro caminho muito penoso e caro.
I have a dream – propor a toda esta comunidade fazer dias de campo em diversos produtores de cavalos de estudo, mostrando, discutindo e criando o dialogo, comparando uns caminhos de cada um. Acredito que seja a melhor ação de fomento que possamos fazer neste momento.