domingo, 23 de janeiro de 2011

E-mail enviado ao Presidente da Federação Paulista de Hipismo

Venho através desta, parabenizar a iniciativa deste programa na web sobre o Hipismo Nacional. Como o único professor regulamentado pela FEI em seu nível máximo e jornalista da Internacional Aliance of Equestrian Journalist do Brasil, são iniciativas como estas que irão desenvolver decisivamente o esporte e propor o retorno merecido a aqueles que investem no nosso esporte, patrocinadores e criadores de cavalos.

Sem duvida alguma a FPH destaca-se no cenário nacional e numa ação de vanguarda como esta iniciativa, coloca-a decisivamente na dianteira dos esportes eqüestres nacionais.

Já acompanho este projeto desde a Gran Prix TV e o ajuste foi bem vindo, universalizando o nome para "horse show" aonde indica que no futuro próximo irá abranger outras modalidades como o Adestramento, CCE, Atrelagem e porque não Volteio e Rédeas. A melhora da qualidade da imagem nos dias de hoje é uma necessidade absoluta a ser implementada.

Neste final de semana em conversas com o eterno mestre Neco aqui em Wellington FL, voltamos a falar sobre o ensino dos cavaleiros no Brasil e formação de profissionais assim como outros temas. Sinto que este programa não só pode salientar o Salto de Obstáculos, mas também poderia abordar dois temas de grande importância, a técnica nas suas diversas formas de serem apresentada; Clinicas ou programas específicos sobre temas a abordar e a criação nacional do cavalo de esporte, devido a sem estes não existirá progressão esportiva assim como a torna cada vez mais débil diante das importações européias.

Refletir sobre estes dois temas e desenvolve-los como forma de fomento globalização em ações conjuntas, cavaleiros, criadores e técnicos irá solidificar e unir todo o mercado nacional. Esta rede de ação, poderá não só dar uma vida longa a esta iniciativa mas também proporcionar acesso a patrocinadores provenientes da industria do cavalo em geral.

Desta forma, com mais acessos e mais investimentos neste projeto de vida própria, poderemos ter uma roupagem mais profissional e utilizar profissionais nas reportagens como o amigo de longa data Luíz Fernando Monzon " The voice", um dos melhores locutores de eventos eqüestres do mundo.

Depois de 40 anos dedicados ao cavalo, escritor do livro "Apontamentos Eqüestres" e maior exportador de cavalos do Brasil entre todas as raças registradas em Stud Book, coloco toda a minha expertise ao seu dispor de forma a colaborar para o desenvolvimento deste endereço o qual poderá ser o carro chefe da eqüinocultura nacional do cavalo de esporte.

De certo o mundo está ai, o que falta verdadeiramente é desenvolverem-se idéias que permitam chegar até este numa linguagem moderna, focalizada e comercial. A maior e melhor alegria é ver esta garotada a qual vi cresçer brilhar cada vez mais e preservando-se assim a história de nosso Hipismo através das gerações. Já eu fui um privilegiado devido a ter tido a oportunidade de conviver com Mestres como Neco, Cel. Reynildo e Énio Monte.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Resposta a e-mail recebido no grupo Puro Sangue Lusitano

Como vai Nuno? Esta minha pergunta é para você como um grande estudioso dos esportes eqüestres que você é.
Antes da equitação de trabalho, com suas etapas, ensino, maneabilidade e velocidade, existia a doma vaqueira ou equitação a portuguesa, trazida ao Brasil pelo espanhol Samuel Alonso Ortiz, qual é a diferença entre esta duas modalidades? Qual seria melhor para os nossos cavalos? Qual a mais comercial?
Qual quer hora vamos marcar para bater um papo.
Um grande abração
Alfredo Martins

A RESPOSTA:

Alfredo, obrigado pelas considerações, mas devo encaminhar a pergunta para os outros participantes do grupo; por exemplo o Alexandre pode bem ajudar na resposta.

A doma vaqueira ainda existe na Espanha, ai a ligação com o mestre Ortiz, já a equitação portuguesa depois da criação da Equitação de Trabalho, nunca mais ouvi falar dela, nem aqui nem lá e as revistas que tenho a oportunidade de ler não mencionam nenhum material a esta modalidade.

ET é fruto de muito debates no seio do Lusitano, quase sempre produzidos. Pessoalmente vejo com bons olhos como modalidade formadora de cavalos e cavaleiros, introduzi-la em Escolas de Equitação pode ser um bom passo, assim como propor algum entendimento em termos nacionais com a Confederação Equestre Brasileira, o órgão máximo do cavalo em nosso país.

Ela hoje está entre a espada e a parede, cercada de gente míope que não enxerga um passo na frente e luta por interesses próprios. Profissionaliza-la, criar raízes técnicas e difundi-la por toda a América do Sul é o grande desafio, mas os indicares nos falam que isso não irá aconteçer, visto o ocorrido no México no ano de 2010.

Só existe no meu entender uma forma de a tirar da forca hoje; - Abrir para outras raças e tirar desta modalidade o comando operacional da ABPSL, como também toda a influência portuguesa que esta carrega deste sua implantação em nosso país já vai fazer 10 anos.

Recentemente nosso grupo fez dois negócios, um de 25 mil dólares e outro de 40 mil dolares em dois animais que foram feitos na ET. cavalos estes que não teriam a minima chance de vençer qualquer prova nos retangulos de Adestramento, mas infelismente são excessões ainda.

Caso fosse iniciar uma criação de cavalos PSL, certamente não focalizaria esta modalidade, pelos simples fato de não acreditar nas pessoas que estão na dianteira do "negócio". Básicamente, tirando o Orfeu (o qual tem interesses devido a seu filho ser praticante) e o Ito (por viver de administrar aulas desta modalidade entre outras), o resto é amador sem conheçimento da evolução dos esportes equestres em nosso país, como exemplo a ABHIR, um grupo de cavaleiros e atividade com certa coligação técnica e rural.

O que posso afirmar é que nenhuma modalidade que corre fora do "esquema" da CBH será igual a remar contra a maré, sempre estará marginalizada em termos "oficiais", etc. Sendo assim, como criadores devemos criar cavalos os quais "estão na moda" e buscar naqueles que tém sucesso nesta atividade o apoio e o respaldo técnico para nosso desenvolvimento. Todos sabemos quem são e todas sabemos quais os cavalos estão na "moda" na raça PSL. Este modismo tem tempo de duração, mas de certo este tempo será longo para os sobreviventes, para aqueles que visualizam que existe a mudança e buscarem na base a solução dos problemas e determinação na focalização a atingir.

Não basta irmos ali e comprar uma cobertura de X ou Y cavalo PSL de Dressage. isso nos dará 1/4 do percurso percorrido e teremos mais lá na frente de despajar no mercado este produto. O segredo de uma criação sempre foram as éguas e estas sempre serão o ponto de partida. Ontem mesmo vi uma potra de um ano de vida de grande valor e como ela hoje existem no mercado várias. Temos de ter o conhecimento ou requerer este a quem o tém para que juntos possamos as selecionar. De certo é uma tarefa dura, existirá sempre o risco, mas os preços compensarão. Outro caminho, este mais honeroso é a compra de embriões, selecioná-los também trabalho de profissionais porque requer pesquisa e só alguns a fazem no decorrer dos anos (informações estas que deveriam partir da área de fomento da ABPSL), mas eles nem estão ai com este pequeno detalhe, pesquisa.

Se eventualmente selecionarmos a fundo tudo isso, sempre teremos no meio dos lotes cavalos médios, pois os ruins doaremos sem dó, estes sim poderão ser utulizados para muitos fins, ET, Atrelagem ou lazer.

Isso que indiquei acima, só ocorrerá se eventualmente a Atrelagem e a ET tiver praticantes, o que não ocorre hoje. Resumidamente, estamos no mato sem cachorros. A única saída possível é ter o máximo de atenção á seleção das éguas. Elas são a carro chefe e a segurança de termos sempre produtos de qualidade, sejam quais forem as finalidades propostas entre todas as modalidades existentes, aonde poderá incluir inclusive a vaquejada, aonde paga-se fortunas por cavalos profissionais na atividade.

Adianto caro Alfredo, não existe maior desespero nesta atividade do que abrir-se a janela de manhã, olhar o nosso pasto repleto de cavalos e nenhum nos dar o orgulho que almejamos como criador. Digo-lhe porque já passei por isso quando criei cavalos BH.

Por outro lado podemos ter 450 cavalos, gastar 3 toneladas de ração por mês e nem estar ai com o que der e vier, mas isso é para poucos, tão poucos que são Presidentes e o único interesse nisso é se ver livre dos erros já cometidos e para este fim usam tudo e todos, só que o mercado é implacável.

Vou-lhe responder direto a sua segunda pergunta sem rodeios. A melhor modalidade para o cavalos PSL é o Adestramento e o toureio, como não temos o segundo, ficamos com a primeira.

Espero ter respondido a suas perguntas,

Um forte abraço
nuno

domingo, 16 de janeiro de 2011

Relatório de Atividades e Sugestões confeccionado pelo Comitê de Equitação de Trabalho 2010

Li com atenção o texto publicado no Site da ABPSL e durante viagem neste final de semana com tradicional criador de cavalos Lusitanos de Goiânia, o tema muitas vezes veio à discussão.
Acompanho esta modalidade desde o seu inicio no Brasil. Nunca a olhei de outra forma a não ser de formação de cavaleiros e cavalos, desde que os mesmos cavalos não sejam mal encaminhados no ensino elementar, o que em 70% a 85% dos casos ocorre (muitos cavalos atrás da mão e outros com fortes embocaduras, sem leveza e beleza nos movimentos). Para os cavaleiros a prática é muito valiosa por provocar nele um à vontade a cavalo e dar-lhe a conhecer um pouco de tudo, sem compromissos maiores com a rigidez da técnica do Salto ou do Adestramento.
Sempre olhei a ET como uma GINCANA.Sei também que já consegui comprar um ou dois cavalos provenientes desta modalidade e hoje procuro comprar o terceiro. Cavalos bem postos na equitação sempre terão mercado, por tratarem-se de cavalos de origem PSL.
Falta a esta modalidade achar o mercado próprio, acertar a sua identidade nacional. Simplesmente não existem competição sem competidores, não existem cavalos de melhor padrão se não existir prêmios ou mercado para estes serem vendidos. Jamais existirá premiação atrativa se não existir acesso à mídia. É a velha história de que, se correr o “bicho” pega, se parar o “bicho” come.
Associar a ABHIR com a ET é associar o moribundo com o doente. Não sinto nem visualizo nenhum propósito. As iniciativas devem partir da seguinte base:
1) Criar-se uma Escola de Equitação de Trabalho dentro da cidade de São Paulo, de preferência em terreno entre as marginais Tiete e Pinheiros, com apoio de grupo de empresários do cavalo e criadores. Existem parques e locais em grande numero. As aulas e a venda de cavalos trará lucratividade para estes investidores. Este grito de minha parte já é dado faz muito tempo, com o projeto apresentado neste BLOG (mas infelizmente ninguém o ter lido), tão pouco o comentou!
2) A ET obrigatoriamente para aliar-se ao projeto Equitação Fundamental da FPH, terá de ser aceita por esta Federação como modalidade, ou melhor, ser aceita pela Confederação Brasileira de Hipismo. Isso é política e de certo terá pontos positivos e negativos. Negativos, o pagamento de taxas e passaportes e positivos ter acesso a todo o território nacional, todas as escolas de equitação no país, as quais obrigatoriamente terão de ser filiadas à sua Federação de Estado. Desta forma, poderemos organizar uma parceria dentro do programa Equitação Fundamental, uma parceria com uma organizadora a qual permite a divisão e a ampliação.
3) A diversão e a família, serão as palavras de ordem para o marketing esportivo, aliando-se a algo de grande importância: Eu coloco mais facilmente meu filho para iniciar no convívio com o cavalo através da ET do que no Salto de Obstáculos. Como profissional do cavalo e professor por mais de 25 anos, já vi 3 (três) crianças morrerem na minha frente. Normalmente, os pais de crianças iniciantes não entendem da modalidade de alto risco Salto de Obstáculos e 80% dos profissionais de “escolinhas” não estão preparados para a função profissional que exercem e nem tem consciência dos riscos que envolvem a modalidade.
Na ET, este risco de quedas fatais é muito minimizado entre as categorias de base e fora isso de todas as raças o PSL é o cavalo mais sólido, o que menos tropeça, devido a sua atitude alta, não projetará a criança e o adolescente pelo pescoço, como acontece no Salto de Obstáculos.
Por outro lado, os dirigentes terão de entender que a ET é uma modalidade de formação, logo estes cavaleiros/amazonas em formação passarão a encontrar mais graça e evolução em outras modalidades, como o CCE, Adestramento e Salto de Obstáculos ou mesmo Rédeas. Quando esta etapa chegar, todos ganharão, dirigentes, criadores de cavalos seletos de outras raças, principalmente o BH e sem duvida o cavaleiro que terá uma maior chance de representar a sua região, seu Estado e porque não o seu país.

4) Este item é de grande importância e já brigo por ele faz anos. Libertar a ET da “portuguesada”. Ensino no Brasil é Adestramento. Só mudando esta “burrice” poderemos fazer o link direto com outra modalidade olímpica e de relevo nacional. A criança que participa da ET ela poderá afirmar que faz Adestramento e não ENSINO, um nome que nada representa no Brasil. Mas o mais importante sem duvida é o uniforme.
De certo que o cavaleiro quando apresenta-se para um juiz, o qual está ali para o julgar e este por educação traja-se de palitó e gravata, este cavaleiro/amazona deverá apresentar-se limpo e de roupa branca com bota limpa. Esta roupa poderá ser simples, um colote branco e uma camiseta branca, sem a existência de nome de patrocinadores. Esta camiseta poderá ser do tipo “pólo” ou regular de gola e mangas longas abotoadas, desde que o ultimo botão da gola esteja também abotoado. Isto é educação e para mim representação a formação do individuo e é o que o cavalo pode dar de melhor na formação do jovem, o asseio e a disciplina. Por outro lado o Juíz terá a caneta na mão e poderá penalizar o conjunto pela falta de apresentação. O único item que não pode ser negociável é o CAPACETE, este terá de respeitar as regras de segurança mundiais. Subiu no cavalo, se não portar o capacete está eliminado se menor de 18 anos for. Para os adultos, como forma de dar o exemplo devem também usá-lo. Desta forma DEMOCRATIZAREMOS o esporte, iremos ao encontro do povo.
5) Arreiamento deve ser livre, respeitando-se apenas as normas regidas pela FEI em termos de embocaduras e uso da espora. Cavalo com a presença de sangue é eliminado sumariamente. Tirando desta modalidade o “ranço” proveniente do além mar, como selas portuguesas e outros fricotes de certo a ET terá mais facilidade para ir ao encontro do povo brasileiro, que por sinal adora GINCANAS e o cavalo, seja ele que raça for.
6) Faz algum tempo vi um vídeo sobre ET produzido pela ABPSL e o programa da Tribuna Lusitana. Ambos são incompletos e não servem para o que se destinam, apresentar a modalidade ET para as Américas. Só o Brasil pratica a ET, no México ela já morreu. Não tenho conhecimento de serem realizadas provas de ET no México no ano de 2010. A produção de um filme a ser distribuído para TODOS é fundamental (porque não vendido também?). Este filme terá de abordar todos os detalhes da competição, mas acima de tudo detalhes sobre a preparação do cavaleiro e do cavalo para executar as suas fases, todos os tipos obstáculos, com os devidos erros e correções, etc. Por outro lado terá de transmitir a emoção da competição em alto nível. A ET bem executada é de grande beleza e de grande exigência técnica. Isso também terá de estar exposto.
7) Tendo este material em mãos, acrescentando a este as diretrizes técnicas da modalidade, alguém terá de sair com a “pastinha” na mão e fazer palestras em hípicas Brasil a fora com o seu IPAD.
Caso a ET seja tratada como é o Adestramento no Brasil, certamente o fim será o mesmo registrado no México, certamente todos os esforços individuais serão jogados ao vento e pior, um mercado que poderá dar um comercio bom a ÉGUAS e cavalos PSL não existirá. É de doer ler a lista de participantes desta modalidade no relatório apresentado no site da ABPSL.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

PRESIDENTES DE ASSOCIAÇÃO DE RAÇAS, FORA DAS EXPOSIÇÕES MORFOLÓGICAS

TEXTO ESCRITO PARA O BLOG PUROSANGUELUSITANO@YAHOO.COM

Prezado Nélio, sua colocação é boa, tenho toda a certeza que o Salto de Obstáculos é a melhor opção no Brasil em todos os segmentos desta atividade esportiva e empresarial. Mas, cabe lutar para que as outras modalidades venham a alcançar o relevo que merecem. Temos clara certeza, pelo menos eu tenho que o cavalo PSL não é um cavalo de alta competição a não ser muito esporadicamente com um ou outro elemento no decorrer das décadas e pior, quando chegam ao patamar internacional não agüentam fisicamente o esforço requerido o que não perpetua a sua performance por mais de 2 ou 3 anos. O grande exemplo disso é o Relampago do Retiro, o próprio Portugal, garanhão este a fazer o divisor de águas do Adestramento no Brasil, só por isso já merece um grande relevo, isso em 2003, entre outros. Tenho plena certeza que existindo um investimento no cavalo Cruzado/Lusitano de Esporte/Sela Brasileiro, poderemos ter animais a curto prazo de tempo de grande qualidade esportiva. Como vc bem sabe já temos exemplos na modalidade de Salto que indicam isso, como o atual conjunto campeão brasileiro de amazonas, um cavalo Cruzado.

O que temos de prestar muita atenção é ao ensino de nossos cavalos. eles estão sendo desfeitos no ensino Elementar. Afirmo por vivenciar isso no Adestramento e ouço dos grande mestre Nelson Pessoa a mesma reclamação. Duas frente tornam-se de grande focalização, produzir cavaleiros com consciência na progressão metódica do ensino do cavalo, respeitando os elementos definidos claramente pela FEI para este fim e por outro lado, buscar-se por parte dos criadores investimento que realmente façam a diferença na raça no âmbito genético. Deixo claro aqui que existem hoje no circuito nacional de salto de obstáculos mais de cinco cavalos que custaram a seus proprietários mais de um milhão de dólares. Sabemos que criadores de cavalos PSL investiram fortunas na compra de cavalos Warmblood para competição. Como dizia o meu amigo João Carlos Ribeiro, "hoje existem no mercado mundial mais compradores de cavalos de um milhão de dólares do que cavalos valendo um milhão de dólares para vender para estes criadores".

O que de certo eu não agüento mais e comecei o ano buscando outros caminhos dentro do meu setor especifico "marketing do cavalo e cavaleiro". Como em todas as iniciativas empresariais, existem empresários de sucesso e outros não. A eqüinocultura não é uma atividade para aventureiros, ou mesmo novos ricos (estes últimos devem sim investir em cavalos de competição e buscar nestes lucratividade, caso gostem da idéia me procurem que indicarei como e aonde o fazer). A equinocultura necessita de muito conhecimento específico para que vc alcance o detalhe nos múltiplos desafios diários. Um empresário, certamente não terá como adquirir este conhecimento em menos de 5 anos. Mas se este insistir e dizer para ele mesmo que quer arriscar, ele terá de fazer a 1º pergunta para ele mesmo e ser honesto na resposta. - O que pretendo criar e qual a função a atingir. tendo a resposta ela chamará para uma reunião os 10 melhores profissionais do país e terá deles a formula para atingir o seu desejo. (de preferência tudo por escrito) Chegando-se a uma solução pura de RH, ele escolherá este profissional e de certo terá de confiar neste de olhos fechados. Hoje olho para um cavalo, seja este de salto ou de adestramento e sei se este é um mau, médio, bom ou muito bom cavalo num período menor a um minuto. esta resposta sensitiva é o resultado de uma experiência de 40 anos montando e vendo cavalos todos os dias. De certo ampliei o meu horizonte, vi galgos correrem, vi atletas de corrido fazendo o seu treinamento por mais de um ano no Clube Pinheiros em São Paulo. Uma atividade que ajudou-me muito a entender o cavalo foi o ballet em seus diversos estilos.

Uma coisa tenho a certeza neste exato momento, quando mais estudo, quanto mais tenho obsessão pelo que faço, mais entendo que nada sei e que apenas estou começando e a certeza tenho que morrerei e que não acalcarei os meus objetivos de conhecimento múltiplo desta atividade tão complexa. Hoje o passado no conhecimento é de grande valia para mim e de um respeito absoluto, aprender com aqueles que se foram ou que em breve irão é outra grande focalização.

No cavalo lusitano estamos perdendo um dos três maiores pensadores da raça (os dois outros são, Dr. José Monteiro e Eng. Sommer de D' Andrade) em breve devido a sua idade. O nome dele é Eng. Alfredo Batista Coelho. Este Sr. escreveu um livro o qual está guardado numa gaveta (ou estava). este livro terá de ser editado. lembro-me deste vir ao Brasil à mais de 20 anos e vender este projeto para alguns criadores nacionais e nada ter acontecido. Algo precisa ser feito ou este material e conhecimento não será perpetuado. Esta é a minha revolta com a MIOPIA portuguesa de sempre, permitir que isso aconteça. Tenho a certeza que hoje é mais fácil editar este livro no Brasil que em Portugal.

Já que ultrapassei o tamanho de texto requerido pelo meu amigo Tonico, vamos a mais uma: A partir de hoje comecei a defender a seguinte bandeira. O PRESIDENTE DA ABPSL não poderá participar da exposições internacionais e nacionais do cavalo PSL no Brasil. Defendo este pensamento o qual deveria ser emitido pelo próprio pois todos sabemos de seu papel na organização, seleção de juízes e que sistematicamente os Presidentes da ABPSL são evidenciados nas premiações de seus cavalos nas exposições. caso o atual Presidente realmente deseje um julgamento democrático, terá de partir deste esta iniciativa. Tenho plena certeza que os 40 ou 50 cavalos que trará para esta exposição morfológica terão seu numero multiplicado por aqueles que não colocam cavalos em exposições porque sabem que irão ser roubados ou no mínimo entrarão em desvantagem na competição. Por outro lado o Presidente poderá colocar em todas as outras competições os seus animais, Salto, Adestramento e ET, competições que independem de julgamentos diretos de juízes quase sempre envolvidos com o sistema. Estamos em 15 de janeiro, esta é a hora exata de trabalhar-se esta questão, pois chega a hora de estabular os potros para a competição em Maio.

Para finalizar não podia deixar de afirmar que o melhor da tribuna sem duvida é a Making Off. Aliás se os programas fossem executados daquela forma, certamente seriam um sucesso ainda maior. Nuno Eusébio, mesmo não mais me cumprimentando publicamente (devido aos tristes fatos destas últimas eleições) é um jovem criador de grande qualidade, de certo um futuro Presidente da ABPSL.

Um forte abraço,
nuno



terça-feira, 11 de janeiro de 2011

PRIMEIRO TEXTO - BLOG - PUROSANGUELUSITANO

Prezado Alexandre, bom dia.

Tirei um tempinho para lhe responder e falar um pouco de sua iniciativa. Depois dos tristes eventos registrados no Blog do Mauro/ABPSL/Tribuna , coloco-os junto pois acredito ser estas as armas de divulgação da atual diretoria da ABPSL, criar este veiculo de comunicação INDEPENDENTE/DEMOCRÁTICO de analise e discussões de caráter técnico, é de vital importância para o crescimento de todos, mas acima de tudo buscar alertar as entrelinhas do mundo do cavalos e do PSL.

Mais uma vez refleti melhor e acredito não ser positivo entrar na esfera juridica, uma perca de tempo de dinheiro. Pelo que percebi na entrevista publicada na tribuna lusitana tudo ficará igual e mostrou-me estarmos diante de dois dirigentes viajantes, sem estarem plugados na realidade do nosso cavalo em termos globais. De certo irei fazer uma anlise detalhada do pronunciamento de ambos quando o tempo permitir.

Desde 24/07/08 escrevo e perdi muito tempo GRATUITAMENTE participando do Blog CAVALOLUSITANO e hoje revendo alguns textos existem perolas, como os dialogos do Sr. Vasco Freire e Simone Novak, dois nomes de grande relevo no desenvolvimento do cavalo PSL no mundo (inclusive estou publicando este dialogo em meu Blog particular o mais breve possível).

Neste período o qual escrevi para este blog, tive duas desavenças com dois participantes do grupo PORTUGUESES, o Sr. Toninho (um tal de Baucheretc) e o tal do Rodrigo de Almeida (o português que escreve para a revista Equisport). No meu entender e reflexão, o combate direto na venda de cavalos de origem portuguesa em nosso país foi a origem de tudo. Sabemos que Portugal vive e viverá uma crise de grandes proporções na próxima década, juntamente com a Espanha e com a Grécia e que criar cavalos cada vez será mais dificil e devido a isso as investidas no mercado brasileiro e do oriente tornam-se um foco primário, fazendo-se novamente o "caminho das índias".

Notei também que a atual diretoria da ABPSL está conivente com este movimento, devido a dois fatores indicativos. 1) A continuação da Exposição de Águas de Lindoia. 2) Todo o enredo da novela "tratado" e as recentes importações de cavalos (tirando-se deste lote o cavalo PSL comprado pelo Vouga).

Desmontar esta máquina de marketing proveniente do além mar é minha função primária no momento. Este é o trabalho que poderá nos livrar de regredir nos caminhos já alcançados na nossa evolução na raça PSL (deixo aqui claro que Simone Novak e Eng. Énio Monte já há mais de duas décadas visam produzir cavalos de Sangue PSL para Dressage) o que em Portugal apenas surgiu nos últimos cinco anos com maior intensidade e hoje todos falam em "moda".

A divisão da ABPSL é clara e vai ser vencida o dia que colocarmos profissionais na frente da mesma, profissionais os quais serão conduzidos pelo Conselho e este pelo grupo de ex. Presidentes. Acredito ser esta a formula exata para que tenhamos uma evolução no fomento e no marketing dirigido.

Farei em breve uma analise do texto de apresentação da Chapa vencedora da APSL e analise do programa dos PRESIDENTES publicada na tribuna lusitana. Fique claro que se o programa destes for de "JABÁ" do tipo Fuego ou vendendo cavalos de espanhóis e portugueses apenas analisarei os produtos os quais acredito estarem à venda. No caso do último programa, foi patético, pois a criação do cavalo PRE no Brasil está extinta (graças a DEUS!), não tendo registrado nenhum nascimento nos últimos dois anos.

Quem tem a oportunidade de estar nos EUA com eu tenho, verificará o grande investimento feito pelo PRE na divulgação da raça naquele país. Quanto à APSL, que recebe para divulgar o cavalos PSL pelo mundo de todas as Associações de raça filiadas, nunca vi uma propaganda em lugar nenhum do mundo, nem em nenhum revista de alcance mundial.

Enfim bons amigos Rebouças e Alexandre..ficarei por aqui.

Um abraço

nuno

TEXTO RECUPERADO DO BLOG - CAVALOLUSITANO DE 03/09/2008

Carta resposta Simone Novak - 03/09/08

Prezados Senhores Vasco Freire e Nuno Coelho Vicente,

Li a afirmativa de que o Vulcão teve uma “péssima equitação inicial”, vou esclarecer alguns pontos importantes:

-Vulcão esteve aos meus cuidados por 5 anos de sua vida, foi domado e iniciado no Adestramento em meu Haras e posteriormente seguiu o treinamento no Clube Hípico Santo Amaro pela Amazona Canadense Alexia Wilson.

- Vulcão é um animal especial e foi manejado com calma e categoria, mostrando sempre um grande potencial atlético e esportivo. Seu desenvolvimento dentro da equitação clássica seguia em passos firmes e brilhantes, dando shows nos picadeiros do Clube Hípico de Santo Amaro.

- Quando a Alexia resolveu deixar o Brasil, liguei imediatamente para Cecília Gavião e Pia Aragão, solicitando que a Pia montasse os meus cavalos, como não foi possível, a Pia me indicou a sueca Anne Marie, que também recusou por ser amazona exclusiva da Sra. Ana Maria Mantegazza.
- O fato é que Vulcão foi vendido para o Sr. José Luis Saraiva, ficou algum tempo em seu Haras , não sei qual foi o problema, pois em seguida foi encaminhado para o Haras Modelo e segundo me relatava o Sr. José Luis, era um cavalo difícil de ser montado.
-Coincidentemente, um outro animal do mesmo nível atlético, irmão materno do Vulcão e filho do Peralta, portanto inbreeding em Cenoura, chamado Zogom Comando SN, domado em meu Haras e muito manso, foi chamado de louco e imontável no mesmo local. Como última tentativa de seu proprietário, Sr. Christian Caballero, Zogom foi enviado para o Profissional Antonio João no Clube Hípico de Santo Amaro, foi rodado na guia por um dia e montado sem problemas depois, passeando ao passo e de rédea solta. O próprio Antonio João disse que não entendeu o que se passou por lá, pois a história que haviam lhe contado, era de que o cavalo, pulava, empinava, boleava e mordia a perna do cavaleiro.

- Senhores, isto não é uma historinha, pois me foi relatado por seus proprietários.

- A minha preocupação com este nível de cavalos especiais sempre foi muito grande, pois tenho convicção que não podemos entregar uma “FERRARI” para um motorista de táxi.

- Nuno, sua afirmação foi brilhante: “ ele precisava ser vencido e impor-se a uma hierarquia de comando e retornar a boa equitação”. Frase muito bem colocada, pois o Vulcão vinha sendo bem montado, mas algo aconteceu pelo caminho... Cavalos especiais são muito inteligentes e sensíveis, precisam ter a sorte de encontrar cavaleiros que além do conhecimento e técnica, possuam as mesmas qualidades.

- Nuno, aproveitando: Parabéns pelo seu Blog! Seria interessante acrescentar na produção do Vulcão dos Pinhais, a legenda das fotos com os nomes completos daqueles belíssimos baios: Açafrão Comando SN e Conhaque Comando SN, filhos de Tahine Comando SN e Unara Comando SN. Fique tranqüilo em relação à lacuna que o Vulcão deixará...Faça uma visita ao Haras Juliana e conheça o futuro.

- Parabéns aos dois em tentar manter o Vulcão no Brasil e do outro em ter conseguido adquiri-lo para a Europa, sem dúvida fará uma grande carreira por lá!! Será mais um lusitano brasileiro de destaque.

Atenciosamente.

Simone Nowak Passos.

Amiga Simone, gostei de seu gentil texto, bem legal.

Para aqueles que estão chegando agora, é muito importante e representativo ter Simone, Vasco Freire neste debate. Sempre que temos pessoas fortes participando sobram algumas "agulhadas", mas faz parte. Na realidade é como um jogo de futebol, dentro do campo sofremos canelas, mas depois tomamos cerveja juntos, porque temos algo em comum, uma grande peixão pelo cavalo Lusitano, seja ele grande, pequeno, amarelo ou verde. Mais uma vez parabéns Mauro pela iniciativa.

Simone nos descreveu uma parte da história deste bom cavalo de esporte PSL. Não gostaria de escrever sobre Alexia, uma boa amazona a qual conheci logo que chegou ao Brasil em casa do saudoso Kaplan. Para sua informação Simone, o cavalo na Hipica Santo Amaro já apresentava problemas graves de ordem moral, eu mesmo presenciei, ninguém me contou.

Quanto ao "motorista de taxi" (adorei o termo) vc, assim como o Vasco Freire, sabem que é o melhor equitador de Adestramento do Brasil, uma pessoa de rara habilidade e como disse em 6 meses em parceria com seu pupilo fizeram um excelente trabalho de recuperação do cavalo. Tenho a certeza absoluta que neste caso especifico, poucos seriam os lugares que enfrentariam uma fera de 1.72m. duramente, sem desmoralizar o animal ou tirar o seu brilho, reconstruindo- o muscularmente corretamente, dando-lhe força. No meu entender foi um dos grandes trabalhos deste grupo, o que proporcionou ao proprietário do animal ter a possibilidade de o vender, o que certamente não seria possível 6 meses atrás, acredite! O que estes meninos todos precisam é de cultura, ver mais, ter mais clinicas (interessantes, por favor!), dialogar mais entre eles, receber gratuitamente acervos do vasto material audio visual disponivel no mercado internacional, entre muitas outras coisas. Falar desta forma deste grupo de cavaleiros é uma violência e não faz nenhum sentido. Todos temos defeitos e virtudes, vamos olhar as virtudes. Temos de dar valor e incentivar a “prata da casa”. Hoje os portugueses tém de colocar a "viola no saco" e ir tocar em outras pradarias, pois foi vergonhoso o que vimos em Beijing, aliás foi o que tirou o brilho do PSL. Que vergonha aquela égua acoada no meio do picadeiro de olhos esbugalhados e pior, todos sabiam que a égua fazia aquilo e mesmo assim jogaram os dados. É isso que não podemos ter na raça, animais covardes, que depõem contra nossa origem mais nobre, a batalha, o toureio, o preservar das fronteiras mais antigas da Europa. O nosso cavalo Lusitano primordialmente é um cavalo valente.

Quanto ao outro cavalo citado do amigo em comum, o conheci também, mas nunca me interessei por ele, por não gostar de sua morfologia e acreditar que os problemas apresentados eram provenientes das conexões e ângulos, o que certamente afetou o seu rendimento.

Acho que vc (com todo o respeito) ainda não percebeu que o cavalo é um animal de fuga, muito sensível à dor. Faço uma comparação comigo mesmo! Quando montava todos os dias a cavalo, um dia fui jogar futebol, depois do jogo durante 3 dias todos os meus músculos doíam da cabeça aos pés. Semanas depois convidaram-me para jogar futebol e toda aquela dor rapidamente instalou-se em minha mente e nem no gol fiquei. No cavalo é a mesma coisa, sua memória, promove a fuga e a fuga se traduz em nervosismo e reações contra o cavaleiro. Estes tipos de cavalos, comparados a animais Warmblood, precisam de ginásticar a mola mais e por tempo maior que os cavalos PSL menores e de maior flexibilidade. São indivíduos diferentes. No caso, como vc bem explicou o meu grande amigo António João, pegou-o e rodou na guia (vejo-o rodando agora, sei como ele o faz) e depois o montou na pista de areia da hípica para a frente, sem lhe pedir absolutamente nada. Associado à mudança de local (coisas novas) um trabalhinho leve, o cavalo nada demonstrou. Mas se fosse o contrário, se o António o pressionasse a trabalhar com vigor, impulsão e certa tensão muscular, tudo iria manifestar-se de novo. Foi a abordagem correta deste grande professor e amigo (aqui para nós pouco reconhecido no Brasil). Temos de criar cavalo maiores? Sim não sou contra (eu não os monto, pois sei que quando tive de os montar obrigatoriamente tive de suar a camisa e a esta altura do campeonato não quero mais!) sou mais um "veiguinha" que ande por si só, bem apimentado para praticar a minha equitação flexionista quase perto de Boucher ou D'Orgeix, mas isso são preferências e quanto mais velho fico, mais este tipo de equitação me atrai, chamada de “equitação de pantufas”.

Sinto neste momento que os equitadores profissionais de PSL, ainda não sabem abordar com perfeição cavalos PSL de grande estatura, falo acima de 1.67m. Acham que podem praticar a mesma equitação que praticavam naqueles cavalos de 1.58m. Como fator complicador, os maiores cavalos que existem no país, na última década são provenientes de duas linhagens (calma, ai vai uma alfinetada!) Hipólito e Famoso, cavalos que tinham problemas de diminuição de base de sustentação em dinâmica e até de angulação de corvilhões, sendo demasiadamente retos, o que passou para sua progênie. Tinham suas qualidades, mas estas não eram dentro das bases que se procura num cavalo PSL, boas conexões e um rim que permita com facilidade os trabalhos de reunião. Posso acrescentar também sem medo de errar que faltava "finura", CN demais no sangue. Mais recentemente tivemos um cavalo de nome Nirvana nas “paradas de sucesso”, com os predicados negativos dos outros, mas de melhor qualidade nos quesitos "finura" e amplitude de espáduas, acrescido de força (um produto final, multiplicá-lo pode ser um grande tiro no escuro). Outra grande perda para o Adestramento Nacional. Um cavalo que certamente poderia fazer frente ao Relâmpago em Beijing. O sucesso de nossa raça no meu simples entender está em ter um cavalo PSL de maiores dimensões, aonde morfologicamente não saia das características da raça, um Samba grande por exemplo (aumentar as dimensões apenas), com a moral e finura daquele nobre cavalo. Tive a oportunidade de montar seu pai Inca durante um ano, depois de Distinto um dos melhores PSL que montei na vida, que doce cavalo, que amável, mas como todos faltava-lhe força, o que falta em 99% dos PSL normais de média estatura. Famílias e conexões são as palavras que não saem de minha boca no momento.

Estamos prestando muita atenção nos garanhões e esquecendo que 50% do serviço é feito pelas éguas. Selecionar as éguas é um passo importante em qualquer criatório que visa ser profissional. O sucesso na década de 90 do nosso amigo Vasco Freire, deve-se muito ao grupo de éguas que o mesmo tinha em seus campos. Por isso a luta pela transferência de embrião terá de ser feita sem trégua e uma iniciativa imediata, se alvejamos ter uma qualidade superior de cavalos e quem sabe Vasco Freire possa fechar um contêiner de éguas para este fim e mandar para o Brasil e assim se redimia um pouco da fama de “inimigo do Brasil” (brincadeira viu!). Burrice alguém afirmar isso em tempos de globalização, pura mediocridade.

Obrigado por ter gostado do Blog, esforçar-me-ei mais para escrever, hoje para qualquer lugar aonde vou, levo o Lep Top (enquanto as crianças praticam esporte no Clube, lá estou eu escrevendo, adoro escrever, coisa de dislexo ou de saltador de obstáculos, não sei ainda, viva o Word!)

O último ponto que gostaria de pedir a sua atenção e referir-me (já que ajudei muito o Vasco Freire a vender coberturas do Vulção e divulguei a sua marca a qual aprecio bastante no decorrer destes 25 anos de criação, porque vc foi junto com Eng. Énio Monte a precursora deste caminho,é falar sobre novos criadores.

Eliana Garcia (além de não a conhecer pessoalmente) tive o privilégio de falar com ela por telefone por bastante tempo. Curioso, fui buscar mais informações, reparei que não estava brincando, uma bela estrutura montou em seu Haras. Peço a vc, e a todos os outros que cuidem com muito carinho e atenção de novos criadores deste gabarito. Ela, com certeza poderá trazer outros tão bons criadores, mostrando-se o sucesso dela, tanto nas pistas, como na criação de bons cavalos. A ela ofertei o Vulção, mas ela gentilmente disse-me que no momento estava investindo em sua propriedade. Eliana é uma raridade no mercado e saiba que através do sucesso dela, outros aparecerão, por isso todos temos de ter este compromisso de cuidar dos novos, para que tenhamos bons e melhores cavalos no futuro. Precisamos deste compromisso do único candidato à Presidência da ABPSL. Só mais uma coisa prezada amiga, está na hora de sair da “sombra” e colaborar, que tal ocupar uma cadeira no conselho, vc pode e merece por mérito e certamente seria muito bem vinda. Repare que peço isso publicamente, não têm como fugir.

Um abraço.

ANALISE DO EDITAL DE TOMADA DE PREÇOS Nº01/2010

ANALISE DO EDITAL DE TOMADA DE PREÇOS Nº01/2010, PROCESSO SAA Nº308/2010
ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO PARQUE DA ÁGUA BRANCA

Prezados Senhores António Vagner Pereira, Chefe de Gabinete e José António Teixeira, Diretor Técnico III do Parque Dr. Fernando Costa.
Depois de uma analise detalhada deste Edital, venho através desta informar ser inviável comercialmente qualquer iniciativa empresarial, destinada ao desenvolvimento de uma Escola de Equitação nos termos propostos.
Os custos operacionais superam em larga escala os investimentos primários e caso exista este investimento, a própria Escola de Equitação não pagará mensalmente os seus gastos, tendo como base de calculo o uso de 16 cocheiras e um picadeiro com as dimensões apresentadas, o que obrigatoriamente poderá ser utilizado apenas por uma turma de no máximo oito alunos por período, das 6 da manhã às 18 horas. Quem aventurar-se neste certame, certamente não conhece a mecânica de uma Escola de Equitação e seus custos ordinários, os quais estão muito bem detalhados no memorial descritivo III. Especificações da Escola, nem mesmo têm consciência dos preços praticados no mercado de cavalos professores.
Infelizmente entendemos na nossa vasta experiência de mais de 40 anos administrando aulas de equitação e assessoria de produção de cavalos, tanto em nosso país como no estrangeiro, que o propósito deste Edital é afastar definitivamente a presença do cavalo do Parque da Água Branca. Por mais de 25 anos acompanhamos o “movimento do cavalo” dentro deste recinto, um Centro Histórico e Pedagógico da Agricultura Paulista, oficializado pelo Decreto Nº 43.142, de 02 de Junho de 1998, propulsor do desenvolvimento de todas as raças de cavalos produzidas no Brasil atualmente.
Como agravante, existem neste Parque oitenta e quatro cocheiras de alvenaria, sendo que as mesmas são tombadas pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado), o que significa que elas ocupam um espaço que dificilmente terão outra função a não ser entabular cavalos. Por outro lado, temos a presença de mais de 600 mil crianças matriculadas em Escolas Publicas e particulares nos bairros que circundam o Parque, as quais em sua grande maioria gostariam de ter acesso ao contato com o cavalo e seus benefícios, crianças as quais iriam proporcionar o desenvolvimento de “programas especiais”, como por exemplo a Equoterapia, prática esta existente no passado neste Parque, a qual foi obrigada a terminar sua atividade de grande valia social, por falta de financiamento apropriado, assim como crianças e adolescente portadoras de Transtornos de Déficit de Atenção com Hiperatividade e outros problemas psico-pedagógicos, tornando-se o cavalo o contraponto, pelo simples fato de interagir simultaneamente no inconsciente profundo nos processos de equilíbrio, ritmo, limites e comunicação. Está comprovado o papel decisivo do cavalo no desenvolvimento motor e intelectual de todas as crianças submetidas ao convívio com o mesmo.
Não entendemos também quais os benefícios diretos do Parque no aluguel de uma área para os trabalhos, com uma Escola de Equitação, a qual traga um retorno para este aproximadamente três mil reais.
Nossa proposta a qual a primeira fase de certo só poderemos tecer elogios por existir uma licitação, fato este único nestes últimos dez anos, na utilização de um espaço publico e de propriedade da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, têm como principio propor uma renda para este Parque em percentuais perante a demanda nas atividades a serem desenvolvidas em seu interior, inclusive patrocínios, o que definitivamente fica vetado pelo Edital no item VI. Obrigações e Responsabilidades da Permissionária, nº 39 do Memorial Descritivo.
Conforme descrito em nosso Projeto da Escola Nacional de Equitação (E.N.E.) é criar-se uma instituição de ensino da Equitação a qual permita não só formar cavaleiros os quais depois de diplomados poderão tornar-se usuários de cavalos, como também desenvolver a capacitação de profissionais para servirem nas necessidades de produtores de cavalos num mercado globalizado e de grande necessidade de profissionais especializados. Desta forma o “know How” desenvolvido neste programa poderia ser facilmente propagado para todo o Brasil através de um sistema de comunicação, divulgando todos os detalhes técnicos através da WEB, tanto de cavalos como de cavaleiros para todos os interessados os quais tivessem acesso a um computador.
Temos também pleno conhecimento, que tudo o que propomos em nosso projeto pode ser efetivado dentro do Parque Dr. Fernando Costa, dependendo apenas para esta realização de uma política de vanguarda, aonde os benefícios serão de todos, mas acima de tudo da própria existência deste Parque com características próprias e irreversíveis. Nossa visão nos permite observar não só os benéficos diretos à população em geral, como também construir neste local no decorrer dos tempos uma visibilidade ímpar deste na Cidade de São Paulo, tendo como partida um Show Eqüestre Permanente, sempre bem vindo por todos os visitantes deste Parque historicamente.
Nos moldes apresentados neste Edital, priva fazer-se deste local um “Show Room” das raças de cavalos produzidas no Brasil, assim como qualquer iniciativa progressista de vanguarda visando o desenvolvimento da prática da Equitação em nosso Estado e em nosso país, tendo como sinal destes novos tempos de mudanças, os próprios representantes nacionais nas Olimpíadas e Campeonatos do Mundo, terem a sua origem em classes sociais menos privilegiadas e de origem rural.
Propomos neste texto uma analise mais detalhada deste Edital, visando não perpetuar-se o que vimos observando no decorrer destes últimos 10 anos, aonde por muitas vezes relatamos os grandes riscos envolvendo esta atividade no Parque, aonde foram sempre utilizados animais sem a mínima preparação para a função desejada, professores sem a postura desejada, muitas vezes sem consciências dos riscos os quais colocam as inocentes crianças, numa pratica esportiva de grande índice de acidentes fatais no mundo.
Indiretamente, propondo-se um trabalho dentro dos moldes apresentados não teremos acesso aos melhores professores e como agravante será inviável manter-se nesta Escola de Equitação os melhores cavalos para esta função aonde exige destes animais uma carga horária de trabalho forte, tanto fisicamente como moralmente. Para este tipo de pratica, aonde primariamente buscamos a segurança, estes cavalos terão de ter grande qualidade e sendo assim, estes terão sempre um preço alto no mercado especifico. Não existindo estes investimentos colocaremos seriamente em risco todos os praticantes deste esporte, como vimos a observar no decorrer desta última década no Parque Dr. Fernando Costa.
Temos a certeza que estamos em posse de uma possibilidade ímpar de reverter toda a filosofia empregada relativa a cavalos no Parque e buscar através do bom senso e a técnica especifica um desfecho de melhor qualidade, não só para o custeio deste Oásis da Cidade de São Paulo, como também para toda a Eqüinocultura Nacional.
Atenciosamente,
Nuno Coelho Vicente
(Diretor do projeto E.N.E.)

PROJETO ESCOLA NACIONAL DE EQUITAÇÃO

PROJETO ESCOLA NACIONAL DE EQUITACÃO NO PARQUE DA ÁGUA BRANCA

"Não há nada como um sonho para criar o futuro. Se a gente quiser modificar
alguma coisa, é pelas crianças que devemos começar, por meio da educação.”

(Ayrton Senna)

O Parque da Água Branca, para nós que vivemos no bairro de Perdizes, Barra Funda, Pompeia, Água Branca, Vila Romana, Lapa, Santa Cecilia, Higianópolis ou Pacaembu em São Paulo, significa verdadeiramente “um pouco de poesia na luta do dia a dia, na flor que não se arranca, nas árvores mansas deixadas em paz.”

Com a cidade crescendo em ritmo desenfreado, o Parque tornou-se um refúgio para que nossas crianças possam correr e andar em segurança, em contato com a natureza.
Sem dúvida, é uma “pérola” que precisa ser preservada nos mínimos detalhes e, para isso, precisa de projetos que sejam harmoniosos e paralelos aos anseios da
população que o freqüenta, que cresce a cada dia, na busca de um contato com a
natureza nele preservada.

O cavalo também foi, nestas décadas, um habitante permanente deste Parque em
São Paulo e certamente continuará sendo perante as mudanças que
fazem-se necessárias e urgentes. Na última década, ele sofreu devido a uma
concessão e mais ainda, pelos custos de aluguel de espaços equestres que inviabilizaram exposições de raças eqüinas e eventos esportivos no recinto do Parque da Água Branca.

O projeto da Escola Nacional de Equitação tem como objetivo primário a
criança e seu desenvolvimento motor e intelectual, propondo o desenvolvimento de indivíduos diferenciados, com absoluto respeito à natureza. Em outro plano, colaborar com a Diretoria do Parque, buscando no cavalo e no ensino da Equitação recursos que colaborem para a recuperação de outras áreas de atividades e seu custeio, a partir de uma participação direta na renda originada por esta atividade educacional em seu recinto.

Num plano secundário, utilizar este espaço como pólo de divulgação do conhecimento eqüestre para todo o país, sendo este Parque no nosso entender, o melhor e maior “show room” do cavalo criado no Brasil e da indústria da
eqüinocultura como um todo. Paralelamente, a Equitação, que é a arte de desenvolver cavalos e cavaleiros, possibilitando o uso apropriado nos diversos segmentos de atividades,
sejam educacionais, esportivos ou simplesmente de lazer.

A CRIANÇA E O CAVALO

Não existe nada mais fascinante para uma criança do que um cavalo. Se este for
bonito, manso e “doce”, esta interação nos fornece uma imagem de grandeza
absoluta. Tocá-lo, sempre foi um desafio, montá-lo mais ainda, dominá-lo único, com benefícios extremos na parte motora e psicológica, mas ainda indefinidos cientificamente, para uma criança em fase de crescimento ou outras com características especiais. O balanceio dos andamentos do cavalo,
exige uma constante adaptação fazendo-a buscar em todos os passos dados, o reequilíbrio. Para a auto-estima, a criança começa, pela primeira vez, a ver o
mundo à mesma altura dos adultos ou acima deles. Aprende a lidar com os “limites”, palavra esta tão complicada numa fase de formação do individuo. Ao montar um cavalo, a criança executa um dos exercícios mais completos
dentro das modalidades esportivas, ou seja, aprende a “centaurizar”, o que significa
controlar o movimento do cavalo, através do seu próprio cérebro. Mas, acima de tudo, aprende a amar e respeitar outro ser vivo. Desta forma imperceptível, buscaremos formar indivíduos conscientes e, se a sorte nos acompanhar, futuros atletas e profissionais das diversas áreas ligadas ao cavalo e à Equitação.

Na sociedade moderna paulista, poucas crianças que vivem em São Paulo têm condições de experimentar e beneficiar-se da lida com o cavalo, lidar com um ser vivo, o qual é hoje o grande elo entre o homem e a natureza. Uma prática que, uma vez aprendida, nunca será esquecida, perpetuando-se dentro dele o amor e o respeito aos animais em geral, aprendendo a simples lição que é dando que se recebe, ou melhor, que é esforçando-se que um dia receberá a benesses deste esforço. Além de aprender,paulatinamente, a vencer os próprios receios, tornando-se assim uma pessoa mais confiante e segura.

Propor tudo isso a uma criança é um grande desafio que nos
primeiros anos, pouco tem a haver com equitação ou esporte, mas sim com a
qualidade de vida dos seres humanos, num mundo competitivo, globalizado, com conflitos crescentes entre o homem e a natureza, com cada vez menos espaços de lazer, buscando-se segurança e o desenvolvimento harmonioso de uma criança ou de um adolescente.

Esta é a nossa proposta, contribuir através da técnica específica do ensino da
Equitação, com a colaboração direta do CAVALO, formando crianças que amanhã
serão adultos conscientes e que vivam em harmonia com os diversos elementos da
sociedade. Cultuar o belo, porque não existe nada mais belo do que uma criança montando um bom cavalo. É sobre cavalos, traduzo aqui como “cavalos professores”, o nosso instrumento de educação através do prazer.

No entanto, não deixaremos os adultos de lado. Claro que eles também poderão ter acesso a este programa, mas em horários específicos, adaptados, quando possível, a um programa de ensino diferenciado exclusivamente voltado para o lazer e o esporte.

O CAVALO

O cavalo representa na sociedade moderna e globalizada o elo definitivo
entre o homem e a natureza, o que é uma realidade nos países do Hemisfério
Norte. Só através do CAVALO poderemos ter uma resposta concreta, no menor
espaço de tempo, perante o universo infantil e permitir propor às crianças e
adolescentes uma diretriz a ser seguida frente aos desafios vida. Para o cavalo um
projeto de vanguarda, ambicioso, educacional e dirigido, permitirá aumentar
sensivelmente o número de usuários do mesmo, ampliando-se o mercado específico, além de favorecer diretamente todos os produtores em nosso país, propondo desta forma o fechamento do círculo de atividades resultantes do uso correto deste que foi, é e será o mais nobre e belo entre todos os animais.

Não existindo previamente uma raça pré-estabelecida para os trabalhos, os
estudos e a experiência nos atestam que a melhor raça de cavalos criada em nosso
país para este fim, é o cavalo Puro Sangue Lusitano. As atividades se
concentrarão nas modalidades de Adestramento e Equitação de Trabalho, pelo
fato de serem duas modalidades em franco desenvolvimento no território nacional
e que permitem ramificar-se posteriormente para outras modalidades esportivas específicas. Mas, o que encaminha para a escolha destas modalidades é a maior segurança que elas nos permitem, minimizando os riscos de acidentes durante
o aprendizado, fundamental no nosso entender para o desenvolvimento dos
trabalhos sem causarem traumas ou maiores problemas, sendo este quesito o de maior importância durante as atividades eqüestres praticadas e propostas agora para este Parque.

Para cumprirmos estas metas, os nossos “cavalos professores” serão obviamente os companheiros de trabalho nesta empreitada de exigências permanentes tanto moralmente como fisicamente, onde certas características terão de ser inerentes e permanentes; como docilidade, beleza, “montabilidade”, condições atléticas, predisposição para o trabalho, rusticidade com “finura” na aceitação das ajudas do cavaleiro e porque não cavalos de performance competitiva que permita a utilização destes, visando à formação de alunos, tendo como base uma estrutura que permita a perfeita adequação do corpo do cavalo ao do cavaleiro. Só encontramos todos estes predicados agregados numa raça “pura”. Além disto, este se adapta muito bem a todas as atividades eqüestres esportivas com salutar resposta competitiva e também artística.

O PARQUE DA ÁGUA BRANCA.

O Centro Histórico e Pedagógico da Agricultura Paulista, oficializado pelo
Decreto Nº 43.142, de 02 de Junho de 1998, tem como atribuições: promover
eventos agropecuários, exposições e provas zootécnicas de pequenos e médios porte e atividades de lazer, arte e cultura; receber, coletar, cadastrar, e manter o
acervo de documentos e peças de valor histórico, referentes à atuação da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento; pesquisar e promover a divulgação da
história e evolução da agricultura paulista.

Visando criar uma nova dinâmica de visitação pública, através da criação de
espaços lúdicos, valorização e recuperação dos monumentos históricos,
implantação de atividades pedagógicas, para compor o Parque Temático da
Agricultura Paulista, já podem ser considerados como pertencentes ao Centro
Histórico e Pedagógico da Agricultura Paulista os seguintes espaços e
atividades para o desenvolvimento da Agropecuária do Estado de São Paulo, à
Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo.

Suas características estão transformando-se radicalmente de sua concepção
original, devido ao crescimento exagerado da cidade em sua circunferência, a exemplo do Projeto Água Branca da Prefeitura da Cidade de São Paulo.
Nossa luta, como freqüentador do Parque, é propor uma parceria entre o cavalo
e o Parque da Água Branca, visando através de uma Escola de desenvolvimento de
Equitação especifica regular e assim proporcionar revitalização de uma parte
deste Parque, trazendo para as crianças e adultos da cidade de São Paulo
uma experiência que as beneficiará para o resto de suas vidas. Hoje, nas regiões
que circundam o Parque, existem mais de 600 mil crianças matriculadas em escolas
regulares de ensino, particulares ou da Prefeitura de nossa cidade. Nós, que temos esta visão, não podemos abandonar a luta por melhorias de nossa cidade e porque não do nosso Parque da Água Branca. Temos obrigatoriamente de propor mudanças efetivas visando uma melhor qualidade de vida de nossas crianças e adolescentes, tirando-as de suas rotinas, muitas vezes ilhadas em seus apartamentos vendo mundo através dos monitores da televisão ou computadores.

Nossa proposta e meta primária nesta aliança, através deste projeto é a
colaboração fixa financeira em forma de parceria produtiva, que permita a “injeção” direta de recursos para beneficiamento do Parque da Água Branca de até 10% da captação de recursos brutos por parte da Escola Nacional de Equitação, quando atingidas as metas. Certamente serão números significativos.

Por outro lado, buscar através de projetos específicos ligados a leis de
incentivo, a reforma das áreas historicamente ligadas ao cavalo e posteriormente
às outras necessidades dos freqüentadores do Parque, em conjunto com a Diretoria
do mesmo. Todo este “trabalho é possível, porque contamos com o apoio de
empresários ligados ao mundo do cavalo, propondo-se aqui uma união de forcas em
todos os setores da sociedade para que possamos preservar e desenvolver um
Parque que permita continuar o trabalho secular idealizado, onde o CAVALO e a
Eqüinocultura tiveram sempre um vínculo estreito.

Mais detalhes serão desenvolvidos na parte descritiva operacional deste projeto.

ESCOLA NACIONAL DE EQUITAÇÃO

O Brasil, de acordo com estatísticas oficiais, é um dos maiores produtores de
eqüinos do mundo estando, entretanto, longe de classificar-se entre os países
que produzem melhor “qualidade”, devido exclusivamente à falta de um padrão de produção de cavalos, visando servir o mercado nacional e internacional.
Hoje a “indústria do cavalo” representa um forte traço na economia nacional, com
suas múltiplas atividades periféricas, garante a existência de 250.000 (duzentos
e cinqüenta mil) empregos diretos. Mobilizando mais de 1.200.000 pessoas. Supera assim em larga folga, até mesmo a poderosa indústria automobilística, tendo em 2007 exportado para os mercados internacionais em torno de 1500 cavalos, número este com média de crescimento anual em torno dos 30%. Afins de comparação, a Argentina exporta 7000 mil animais ano.
Mesmo assim, em virtude de sua grande extensão territorial, da sua diversidade
climática, da evolução econômica e cultural, bem como das origens que formam os
núcleos populacionais,no Brasil, os conhecimentos relativos à eqüinocultura, à
Eqüinologia e à Equitação como um todo são, com raras exceções, primários e
esparsos.
Entretanto, são poucos os criadores que possuem conhecimento adequado para selecionar seus produtos, nas áreas genéticas, manejo, assistência sanitárias,
de marketing direcionado à performance de seus cavalos, deixando a desejar os
processos de ensino, elementar e complementar, pela ausência de profissionais
habilitados e desconhecimento generalizado dos princípios básicos da “Boa
Equitação Acadêmica”.
O Brasil e principalmente o Estado de São Paulo, onde concentra-se o
percentual maior de criadores entre todas as raças, encontra-se a necessidade
imediata de resolver carências múltiplas e abrir a possibilidade real na cidade
de São Paulo ao cidadão comum e às futuras gerações formadoras de opinião, a
possibilidade de usufruir da utilização do cavalo, como forma de lazer,
cultural ou esportivo, do animal mais nobre que o Criador colocou a serviço do
Homem – O CAVALO.

O PROJETO ESCOLA NACIONAL DE EQUITAÇÃO pretende atingir diversas áreas da atividade eqüestre carentes de desenvolvimento focalizado, que necessitam de ações urgentes.

1) Criar a Escola Nacional de Equitação, doravante denominada E.N.E.,
formulando através desta um programa de ensino unificado, moderno e
competitivo, utilizando para este fim uma atividade esportiva, com fortes laços
com a educação, o social, natureza, ecologia e como foco primário na
popularização através do uso do cavalo nos diversos segmentos de atividade,
tanto profissionalizante, de lazer, de esporte, artístico e de terapia direcionada.

2) Com a função de difundir as informações múltiplas das diversas áreas para o
vasto território nacional, criar-se-á a Agência de Comunicação Eqüestre, doravante
denominada de A.C.E., usando a internet através de seu portal, como canal de
informação, publicação de trabalhos científicos específicos, produção audiovisual e
assessoria de imprensa direcionada às atividades eqüestres no país em parceria com outras agências específicas do cavalo no mundo. O programa de ensino da E.N.E. diferencia-se das outras instituições de ensino da Equitação pelo motivo de formar cavaleiros em diferentes níveis: elementar, complementar, esportivo e profissional e diplomá-los. Cada fase do ensino terá um julgamento de desempenho do aluno, para que possa almejar um nível superior, sendo este progresso com base na “boa equitação acadêmica” e instruções pedagógicas introduzidas pela CBH para este tipo de atividade, sejam elas de lazer ou de competição.

Serão usados no programa de ensino professores credenciados pelo CBH, propondo assim uma qualidade de partida e, posteriormente, uma adequação aos conceitos e métodos próprios da E.N.E., trabalho este com base no livro “Apontamentos Eqüestres” de autoria do mentor deste projeto e professor regulamentado pelo órgão máximo mundial a Federação Eqüestre Internacional.

Sendo este um projeto de vanguarda, teremos como base primária a formação de alunos nos níveis mais elementares, em conjunto com um programa de marketing que permita alcançar o número mínimo de alunos que viabilize economicamente os anseios do projeto. Formatando parcerias com grandes Clubes Esportivos na cidade de São Paulo e efetuando palestras e parcerias em Escolas Regulares nos bairros definidos acima, a preocupação certamente será na adequação da estrutura física do projeto, à grande procura que esta prestação de serviços terá nos primeiros meses de existência, onde a preocupação recairá na adequação dos cavalos professores aos diversos níveis de pedidos, compondo-se assim uma evolução equilibrada e constante, visando atingir o padrão alvejado.

Este projeto só será viável em termos operacionais se a E.N.E. tiver local para
remoção de grupo de cavalos quando no Parque acontecerem eventos que necessitem de utilização do grupo de cocheiras, viabilizando assim a retomada de eventos no Parque ligados ao cavalo, através da utilização das cocheiras de alvenaria quando requisitadas.

Numa fase posterior, onde a E.N.E. consiga existir com arrecadação própria o
foco será em parceria com a CBH (Confederação Brasileira de Hipismo) introduzir o curso profissionalizante com base no programa que se segue:

PROGRAMA NACIONAL PARA CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE INSTRUTORES DE
EQUITAÇÃO (BASEADO NO FEI COACHING SYSTEM)

Objetivos

O objetivo do Programa Nacional para Capacitação e Aperfeiçoamento de
Instrutores de Equitação é elevar o nível técnico da instrução de equitação,
propiciando aos instrutores participantes o desenvolvimento de suas habilidades
técnicas e, principalmente, didático-pedagógicas, em conformidade com as mais
eficazes e modernas metodologias de “coaching” disponíveis.

Para o benefício do esporte e de todos os envolvidos, as Escolas e os
Instrutores de Equitação que, voluntariamente, aderirem ao programa e se
adequarem aos prazos de realização dos Cursos do FEI Coaching System serão
distinguidos com o Selo de Qualidade da CBH e constarão do Diretório de Escolas
e os Instrutores de Equitação.

Os Instrutores de Equitação que completarem com êxito o Curso Nível II constarão
também do Diretório de Instrutores de Equitação publicado no site da Fédération
Eqüestre Internationale (www.fei.org).

Princípios

O Programa Nacional para Capacitação e Aperfeiçoamento de Instrutores de
Equitação adotará o Sistema de Instrução de Equitação FEI (FEI Coaching
System), desenvolvido pela Federação Eqüestre Internacional, que utiliza uma
metodologia padronizada para a formação, educação continuada e aperfeiçoamento
dos Instrutores de Equitação nas modalidades eqüestres olímpicas (Salto,
Adestramento e Concurso Completo de Equitação).

O Programa Nacional de Capacitação e Aperfeiçoamento de Instrutores de
Equitação, orientado para as competições, está baseado na realização de cursos
para Instrutores de Equitação sob a supervisão e direção de Tutores nomeados
pela FEI, que já iniciaram o sistema nas regiões em desenvolvimento. Os Tutores
FEI treinam instrutores em vários níveis (Introdução a Instrução de Equitação,
Nível I, Nível II) e identificam potenciais Tutores Regionais, que são
posteriormente formados em Cursos para Tutores FEI, como já foi feito na
América do Sul e Central em 2007. Por sua vez, os Tutores Regionais serão os
multiplicadores do sistema em suas áreas de atuação.

Os cursos em cada nível são apoiados por um conjunto de materiais pedagógicos
composto de apostila com conteúdo técnico-pedagógico, vídeos e DVDs em técnicas de equitação.

Os instrutores capacitados nestes cursos serão certificados conjuntamente pela
Confederação Brasileira de Hipismo e pela FEI.

Cursos

Curso de Introdução à Instrução de Equitação (Introduction to Coaching Course)

- Para despertar o interesse na instrução de equitação, com qualidade, nos pais e
nos jovens (Certificado de presença)

Curso de Instrução de Equitação Nível I (Level 1 Coaching Course) *

- Para capacitação e qualificação como Assistente de Instrutor de Equitação
(Certificado de presença)

Curso de Instrução de Equitação Nível II (Level 2 Coaching Course) **

- Para capacitação e qualificação como Instrutor de Equitação (Diploma de
conclusão com êxito)

Curso para Tutores FEI (FEI Course for Tutors) **

- Para capacitação e qualificação como Tutor da FEI (Diploma de conclusão com
êxito)

Curso de Instrução de Equitação Nível III (Level 3 Coaching Course)**

- será disponibilizado futuramente.

* participação por indicação das Federações Estaduais

** participação por indicação dos Tutores FEI

Quais são os benefícios do Programa Nacional para Capacitação e Aperfeiçoamento
de Instrutores de Equitação (baseado no FEI Coaching System)?

Elevar o nível técnico da instrução de equitação:

- por treinar e capacitar instrutores, reavivar e encorajar o interesse na
profissão;

- por utilizar métodos de treinamento modernos e de eficácia comprovada;

- por utilizar as informações mais atualizadas disponíveis;

- por desenvolver níveis de performance consistentes;

-por disponibilizar cursos padronizados em diversas estados.

Aumentar o fluxo de negócios dos envolvidos:

- por ter instrutores qualificados que entendem o cavalo, o cavaleiro, o esporte
e as habilidades necessárias para ser um instrutor de sucesso;

- por assegurar um padrão elevado na instrução da equitação;

- por ter instrutores adequadamente capacitados e qualificados com o apoio de
uma estrutura para sua formação, educação continuada e seu aperfeiçoamento;

- por manter um sistema efetivo de cadastro a nível estadual, nacional e
internacional.

Assegurar uma abordagem profissional da instrução de equitação em todos os
níveis:

- por encorajar os instrutores a aperfeiçoar as suas habilidades e as de seus
alunos.

Prover uma profissão para cavaleiros quando sua carreira esportiva se encerrar:

- por desenvolver uma base sólida de clientes para instrutores de equitação
qualificados.

Prover treinamento e apoio contínuo para os instrutores de equitação:

- por intermédio de cursos e clínicas.

Protocolo de avaliação

As Federações Estaduais, em estreita cooperação com a Confederação Brasileira de Hipismo e com a Federação Eqüestre Internacional, têm a responsabilidade de
garantir que todos os instrutores presentes nos cursos estejam no padrão o mais
elevado possível, de forma a assegurar a melhoria e o aperfeiçoamento contínuo
no nível de suas habilidades.

Os Assistentes de Instrutor de Equitação serão avaliados por um Tutor da FEI
antes de poderem participar de um Curso Nível II, mediante a apresentação de
seus “Diários de Instrução” que deverão ser entregues e estar em posse da
Confederação Brasileira de Hipismo. Caso desejem participar de um Curso Nível
II, é essencial que todos os Assistentes de Instrutores de Equitação demonstrem
que estão ativos na prática da instrução de equitação.

Os Instrutores de Equitação Nível II serão avaliados por Tutores da FEI antes de
poderem participar de um Curso para Tutores FEI ou de um Curso Nível III (quando
disponível), mediante a apresentação de seus “Diários de Instrução” que deverão
ser entregues e estar em posse da Confederação Brasileira de Hipismo.

Caso desejem participar de um Curso para Tutores FEI ou de um Curso Nível III, é
essencial que todos os Instrutores de Equitação Nível II demonstrem que estão
ativos na prática da instrução de equitação.

Organização dos cursos

• As Federações Estaduais interessadas em organizar um Curso Técnico para
Instrutores de Equitação devem entrar em contato com a CBH para coordenação
geral com os demais estados da região.

• A CBH deve então entrar em contato com a FEI e com o Comitê Olímpico
Brasileiro e enviar solicitação para um Curso Técnico para Instrutores de
Equitação - Solidariedade Olímpica (Olympic Solidarity Technical Course for
Coaches).

• Um curso regional para instrutores deve ser organizado entre 3 a 5 Federações
Estaduais, dependendo do tamanho e da demanda de cada Federação.

• Uma vez coordenado dentro das regiões, o departamento de Desenvolvimento da
CBH deverá ser contatado para solicitar à FEI a indicação de um Tutor, para
fornecer à Federação Estadual todo o material técnico-pedagógico para o curso
(apostila, DVDs, vídeos) e para prestar assistência na organização do curso.

• A Federação Estadual anfitriã deverá organizar hospedagem e transporte local
para os participantes.

• A Federação Estadual anfitriã deverá organizar uma sala de reunião para as
sessões teóricas com flipchart (quadro com papel), canetas hidrográficas
coloridas (pincel atômico), retro-projetor, vídeo e DVD, data show para
apresentações em power point, etc...

• A Federação Estadual anfitriã deverá assegurar que o curso será organizado em
um estabelecimento eqüestre com infra-estrutura adequada para a realização das
sessões práticas - Salto, Adestramento (trabalho no plano), Concurso Completo
de Equitação (alguns obstáculos de Cross Country, se possível).

• A Federação Estadual anfitriã deverá assegurar que ginetes e cavalos de
demonstração, em número suficiente, estarão disponíveis para as sessões
práticas nos dias e horários determinados no programa dos cursos.

• Os Cursos serão conduzidos em Inglês, Francês ou Espanhol. A Federação
Estadual anfitriã deverá organizar tradução simultânea, se necessário.
Disponibilidade do Material didático em Inglês, Francês, Espanhol e Russo
(Português será disponibilizado futuramente).

• A CBH apoiará as Federações Estaduais na organização dos cursos.

Aspectos Financeiros

Cursos Técnicos FEI para Instrutores de Equitação dependem de recursos da
Solidariedade Olímpica (Olympic Solidarity Funding) que cobrem os custos
organizacionais, além das despesas de viagem e diárias do Tutor da FEI. A
Confederação Brasileira de Hipismo é responsável por solicitar recursos por
intermédio do Comitê Olímpico Brasileiro. É essencial elaborar um orçamento e
informar a FEI que os Cursos Técnicos para Instrutores de Equitação, conforme o
Sistema de Instrução de Equitação FEI (FEI Coaching System), serão organizados
em caráter regional (CBH + entre 2 a 4 Federações Nacionais do Grupo VI da
FEI).

Entretanto, os cursos também podem ser organizados em caráter nacional
dependendo do tamanho e da demanda do país. No Brasil, devido as suas dimensões continentais, os Cursos FEI serão preferencialmente realizados em caráter nacional, podendo ainda acontecer em caráter estadual dependendo da demanda e do tamanho do estado. Nestes casos, a CBH ou as Federações Estaduais serão responsáveis pelas passagens aéreas dos Tutores FEI bem como por 50% de suas diárias, além de hotel, transporte local e alimentação.

Outras formas de viabilização financeira poderão ser utilizadas, por exemplo: patrocinadores e outros recursos.

Número de participantes

O máximo de 14 candidatos e 10 observadores é permitido nos Cursos de Introdução à Instrução de Equitação (Introduction to Coaching Course) e nos Cursos de Instrução de Equitação Nível I (Level 1 Coaching Course).

O máximo de 12 candidatos é permitido nos Cursos de Instrução de Equitação Nível
II (Level 2 Coaching Course).

Monitoração de Instrutores

Todos os instrutores que participem em cursos FEI de Instrução de Equitação
terão seus resultados monitorados e registrados em um banco de dados na CBH.

Freqüência de participação

Os Instrutores de Equitação Nível II têm a obrigação de comparecer a cursos de
avaliação a cada 2 (dois) anos. Os instrutores que não comparecerem aos cursos
de avaliação dentro do período estipulado serão notificados e deverão
sujeitar-se às exigências dentro de um determinado prazo. Caso não cumpram esta
exigência poderão ser retirados da lista de instrutores da CBH e da FEI.

Qualificação

O instrutor que participar com assiduidade de um curso FEI e for avaliado
positivamente, estará qualificado para exercer sua função.

INTRODUÇÃO DO PROJETO.

Solicitação de licitação da estrutura existente pela E.N.E. ou simples substituição dentro das regras definidas pela Direção do Parque da Água Branca e Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

NUMA PRIMEIRA FASE

- Reorganizar os alunos existentes na antiga estrutura e adequá-los ao novo
sistema de ensino.

- Criar-se um padrão de apresentação dos alunos e dos cavalos, através de uniforme obrigatório dos alunos e professores, assim como arreiamento dos cavalos.

- Para este fim, utilizar apenas o antigo picadeiro da “equoterapia”, abandonando
temporariamente o picadeiro central do Parque.

- Obter verba para implantar novo sistema de irrigação do picadeiro central e
executar a benfeitoria. Acreditamos que este investimento permitirá um melhor convívio entre a Escola e os usuários do Parque.

- No mesmo período desenvolver projeto buscando reformar as áreas restritas de
cavalos, principalmente as 80 cocheiras de alvenaria, com a ajuda da lei de
incentivo fiscal do Governo Federal.

- Compra de material especifico do cavalo necessário para o desenvolvimento dos
trabalhos, que permita preencher esta necessidade com qualidade.

- Buscar junto a criadores/parceiros cavalos que permitam o desenvolvimento dos trabalhos, começando assim a seleção destes e o treinamento de especialização.

- Buscar manufaturar cercas móveis que permita a utilização do picadeiro central
do Parque, o qual permita uma harmonia e beleza a este espaço único de fácil e rápida remoção.

- O que definirá o fim desta fase de crescimento da E.N.E. será a adequação dos
cavalos ao serviço especifico e sua qualidade no rendimento/hora, sabendo-se
que cada cavalo não poderá trabalhar mais do que quatro horas dia.

NUMA SEGUNDA FASE

- Será definida como segunda fase do projeto o retorno ao Picadeiro central do
Parque. O que definirá esta mudança será o número de alunos por aula e a
necessidade de novos espaços de instrução.

- Com financiamento da Escola Nacional de Equitação (E.N.E.) e parceiros, buscar-se-á a retomada do projeto EQUOTERAPIA no Parque da Água Branca, propondo um desenvolvimento permanente do paciente, sem restrições de tempo de tratamento, propondo uma continuidade nos quadros de ensino regular da Equitação, quando assim for possível.

- Desenvolver um SHOW ARTÍSTICO DO CAVALO na cidade de São Paulo, onde se possa utilizar os cavalos e os alunos da E.N.E.. No nosso entender, esta “performance” poderá ser um diferencial e ser ofertada aos freqüentadores do Parque e a toda a população.

COLABORADORES DA ESCOLA NACIONAL DE EQUITACÃO

Certamente sem estes, não existirá o projeto, a E.N.E. não terá sucesso. O apoio
inicial na permuta dos animais para ensino é fundamental, incluindo também a
união de forças entre todos na busca de viabilizar as reformas necessárias,
para o Parque da Água Branca. Tendo este projeto um começo, um meio e um fim,
alunos serão formados e diplomados e irão seguir caminhos independente,
buscando adquirir cavalos, ou mesmo começar algum trabalho relacionado com a
eqüinocultura. É neste momento que os COLABORADORES terão o seu benefício
direto, além de proporcionar às marcas uma visibilidade em todas as campanhas
onde a mídia faça-se presente. Este é outro grande compromisso deste projeto,
que não só ensinará a montar bem a cavalos, mas incentivará a Eqüinocultura em
todo o país. O desenvolvimento de um canal de televisão na web direcionado exclusivamente ao cavalo produzido no Brasil, será de grande valia na integração dos parceiros e a E.N.E..

QUESTÕES EM DEBATE

1) Porque o Parque da Água Branca?

Não entrando na questão histórica e vínculos deste espaço com o cavalo, hoje
existem neste Parque 80 (oitenta) cocheiras de alvenaria, sendo que as mesmas
são tombadas pelo CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,
Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado), o que significa que elas ocupam
um espaço que dificilmente terão outra função a não ser estabular cavalos.

Nenhum outro Parque apresenta condições ideais como este para os fins
pretendidos, desenvolver a Eqüinocultura e a Equitação no Estado de São Paulo.
Paralelamente ao aspecto físico privilegiado para a prática da equitação, a
transformação acelerada dos bairros que o circundam e permitirá ter-se grupo de
freqüentadores do Parque que facilmente tornará possível o aumento do quadro de
alunos da E.N.E..

2) Buscar benefícios diretos para o Parque da Água Branca.

Sendo um Parque do Estado de São Paulo, com características peculiares, todo incentivo financeiro é bem vindo, sabemos de seu alto custo mensal de manutenção e também do momento especial de transição que atravessa referente aos bens imobiliários alugados para Associações de raças, dos graves problemas
de estacionamento, cada real será de grande importância, principalmente para a revitalização de um espaço único em nossa cidade, buscando através de doações, estabelecer uma rápida utilização destes recursos. Através do cavalo, num
programa profissional focalizado para este fim.

3) Porque o cavalo, como forma de propor um trabalho social de vanguarda?

Como em qualquer sociedade, uns pagam pelos outros. No caso dos cavalos não seria diferente. Muitos alunos teriam de pagar por alguns que receberiam bolsas de
estudo. Estes seriam selecionados, porque em cada esporte existem aqueles que
têm mais potencial do que outros. É neste quesito que mora o segredo das
peneiras esportivas em outros esportes de massa. Verificamos hoje que esta
necessidade é uma realidade, já que nossos melhores cavaleiros são de origem
humilde e se não fosse este desenvolvimento promovido pela iniciativa privada,
não estaríamos participando das Olimpíadas ou Campeonatos do Mundo, com atletas provenientes desta classe social. Esta transferência de recursos permitirá a renovação deste quadro de atletas num futuro a curto prazo e estes resultados farão com que o esporte (antes dito como elitista) torne-se um seleiro de bons cavaleiros, que se encarregarão depois do desenvolvimento dos outros atletas, “os cavalos”, servindo diretamente os criadores de cavalos que cada vez mais precisarão de mão
de obra especializada e globalizada, para que possamos aumentar o percentual de
comércio internacional do produto chamado CAVALO. Fechando-se o círculo de produção, criando-se mais usuários, que por sua vez proporcionam a seleção de atletas de grandeza internacional, juntamente com uma agência de comunicação, que permita o estreitamento da comunicação com outras regiões do país, através possivelmente de um programa de televisão “via Web” e artigos publicados direcionados aos inúmeros detalhes técnicos de relevância na criação de
cavalos, retornando posteriormente ao usuário em sua prática esportiva e de
lazer, fecharemos o círculo da produção Específica. É nesta participação física, que o Parque da Água Branca dará a todos os seus benefícios, estes imensuráveis no dia de hoje, tendo também sempre um grande relevo na mídia especializada.

4) Porque que o cavalo deixou de ser parte integrante do Parque da Água Branca
nesta última década?

O primeiro aspecto é o “financeiro”. O aluguel de sua pista central e conseqüentemente de pavilhões para estabular cavalos é fora da realidade praticada no mercado, principalmente em clubes hípicos. No nosso entender, estes preços terão de ser revistos ou definitivamente o publico do Parque
ficará privado destes eventos e o Parque dos recursos proveniente. Esta questão é mais complexa ainda, porque tanto os outros recintos de exposições como a Água Funda ou particulares e visam trazer para eles os eventos no caso de Exposições de raças de animais, sempre visando o lucro. No plano esportivo a concorrência é com as hípicas que recebem verba significativa em eventos esportivos ligados às modalidades do Hipismo. Num plano secundário,indicamos a falta de qualidade geral dos serviços aplicados no Ensino da Equitação praticada atualmente no Parque, pela falta de objetivos para desenvolvimento da Equitação e da Eqüinocultura Nacional, tornando-se assim nefasta devido à falta de interesse e apoio da iniciativa privada e da indústria do cavalo, mas acima de tudo pela falta de concorrência através de uma licitação de prestação de serviços, vital em qualquer prestação de serviços, principalmente num Parque do Governo.

5)Porque a E.N.E. será um Show Room?

O primeiro aspecto e o mais importante é a formação de usuários do cavalo.
Conseqüentemente a uma ótima prestação de serviços, com “cavalos professores”,
com selas de qualidade e confortáveis que proporcionem toda a segurança, com
alunos uniformizados, como exige a prática do esporte, a beleza e estética será
invejável e por isso incontestável, sendo este fator o grande marketing da atividade. Tendo como premissa este objetivo, associado a uma divulgação profissional e visibilidade na mídia, atrairá o interesse de criadores a possuírem produtos de sua origem nos quadros de ensino da escola, o que permitirá uma melhor negociação de permuta ou compra deste produto por parte da E.N.E. Perante este pensamento, teremos cavalos de rara beleza e qualidade, selecionados pelo corpo diretivo da E.N.E. e desta forma o Picadeiro Central tornar-se-á um palco de alunos montando bem a cavalo e de cavalos visualmente e esteticamente apropriados, além claro morfologicamente de grande atração visual. Com a ampliação desta atividade para a competição esportiva e “Show” permanente na Cidade de São Paulo esta visibilidade aumentará sensivelmente, proporcionando à E.N.E um poder de “barganha” ainda maior na aquisição de cavalos de qualidade para seus quadros de ensino e uma renovação destes, com base absoluta na qualidade de serviços prestados.

6) Qual a dificuldade de implantação do projeto E.N.E.?

Sem dúvida é a venda do “projeto” junto ao grupo formador de opinião. Posteriormente, buscar a aceitação e adequação junto à direção do
Parque da Água Branca e comissão que estuda as reformas do mesmo.
Caso exista a transferência por licitação ou não, uma questão neste momento a
ser estudada e planejada em conjunto: implantar o Projeto E.N.E do estágio
inicial.

Operacionalmente, as reformas das cocheiras tão necessárias independem do
projeto E.N.E., mas sim de projeto próprio destinado a captar recursos para a
execução do mesmo na iniciativa privada, através das leis de incentivo fiscal.
Esta ação, no nosso entender, terá uma interligação estreita com o projeto aqui
definido, mas não obrigatório. Do lado dos cavalos, o interesse dos criadores de
cavalos, do outro empresários ligados às incorporadoras imobiliárias que
trabalham vários lançamentos imobiliários no bairro de Perdizes, Pompéia e Barra Funda, onde poderão ter benefícios futuros em oferecer mais uma forma
de lazer para seus clientes nestes bairros.
O segundo desafio é a formação de cavalos que, no início, ingressarão nas fileiras de ensino, num número reduzido que permita a continuidade do que já existe, assim
como o ponto de equilíbrio que permita um financiamento equilibrado para
manutenção dos mesmos. Visando este fim, será executada um acordo com empresários do cavalo para juntos destes buscarem-se não só os cavalos, mas também a irrigação da pista do Parque da Água Funda, assim como o manufaturamento das cercas móveis para delinear os picadeiros na pista central do Parque.

7) Porque a existência de uma Agência de Comunicação?

Ela será o “elo” permanente com a sociedade, através da Internet, ampliando-se
numa segunda fase para um programa de televisão utilizando-se o mesmo meio de
comunicação. Desta forma, será possível desenvolver-se em associação com
instituições de ensino superior em nosso país a publicações de trabalhos
direcionados ao cavalo. Outro papel importante é a “democratização da
informação especializada”, fato este de extrema importância para o
desenvolvimento do esporte e da criação de cavalos, nas novas décadas, buscando
no mundo tudo o que possa ser de vanguarda e de importância nesta atividade,
além de possibilitar ter-se em acervo físico, videoteca, biblioteca e banco de
dados para pesquisa. Desta forma a visibilidade do projeto E.N.E. será maior e realmente focalizada no desenvolvimento do cavalo e sua produção, além dos
benefícios sociais.

8) Porque centralizar-se as atividades da modalidade do Adestramento?

Por ser esta a modalidade a qual permite ser a base de qualquer outra modalidade Eqüestre. Por permitir com mais rapidez o desenvolvimento e o gosto por montar a cavalo, tendo fortes laços com a beleza e a estética, além de ser uma atividade física de grande atividade motora. Mas, no nosso entender, é a mais segura, a que menos riscos proporciona a seus praticantes e esta questão é de extrema importância quando se trata do ensino da equitação para crianças e adolescentes. Outro aspecto importante e de vanguarda será a criação da primeira Escola Nacional com este objetivo especifico, com ramificações para a Equitação de Trabalho e Concurso Completo de Equitação. Já coligado com a competição, será através do Adestramento que a resposta será plausível, em curto espaço de tempo, de ter acesso à mídia gratuita esportiva através da vitória em competições oficiais nacionais de seus alunos, nas diversas categorias da modalidade.

9) Porque a Equitação de Trabalho?

Mesmo não sendo uma modalidade dita “Classica” é uma competição Eqüestre “oficial”, com Campeonato Brasileiro, sendo o Brasil já campeão do mundo da modalidade, a que maior ligação com o jovem cavaleiro e família deste, por tratar-se de uma “gincana” de regras simples, associando-se a esta “adrenalina” tão necessária nesta fase etária. Por outro lado é a modalidade eqüestre com mais ligações com a família, por permitir por sua simplicidade ser praticada por todos, associando com facilidade o lazer e a competição, utilizando-se para isso espaços físicos reduzidos para sua realização, ideal para programas de televisão esportivos. Também é uma modalidade de grande interesse por apresentar baixo risco de acidentes e por isso de maior segurança.

10) Quais os benefícios de “programas especiais” do ensino da Equitação para crianças e adolescentes?

Nos dias de hoje vivemos tempos diferentes dos registrados à vinte anos atrás, as próprias crianças são diferentes em seu raciocínio e algumas “doenças” foram detectadas com maior facilidade. Pretendemos desenvolver trabalhos especializados com crianças portadoras do transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e outros problemas psico-pedagógicos. O cavalo torna-se o contraponto, pelo simples fatos de interagir simultaneamente no inconsciente profundo nos processos de equilíbrio, ritmo, limites e comunicação. Está comprovado o papel decisivo do cavalo no desenvolvimento motor e intelectual de todas as crianças submetidas ao convívio com o mesmo.
O cavalo está tornando-se a melhor arma dos especialistas para combater este transtorno, sem o uso de nenhum remédio, buscando-se assim a busca pela individualidade de cada individuo, devido exclusivamente à sutileza do equilíbrio provocado pela troca entre o cavalo e a criança/adolescente e no ajuste dos temperamentos de um e outro. Crianças muito agitadas, cavalos mais calmos e vice versa. Outro aspecto importante é o trabalho com crianças carentes, as quais sempre viram o mundo de baixo para cima. Propor o inverso com um gradual aumento da auto estima numa interação com a escola regular deste individuo, buscando produzirem-se pesquisas mais profundas e cientificas sobre os temas abordados, de certo chegaremos a resultados impressionantes. Busca-se assim o entendimento entre um ser racional e outro irracional viabilizando o culto á disciplina, às artes de um modo geral, principalmente à arte do movimento e sua plástica de rara beleza.
Para que todo este grupo de ações sejam possíveis, na educação, no aprendizado, além do prazer provocado pelo cavalo quando alcançamos a “centaurização”, marca profundamente o individuo para o resto da vida e assim daremos continuidade a todo o processo produtivo da cadeia da Eqüinocultura como um todo, fazendo-se a roda girar na sinergia da vida e de sua renovação no decorrer dos anos, impregnando estas pessoas de um sentimento e um amor que lhes será útil eternamente e perpetuará esta atividade de grande importância no Agro negócio nos dias de hoje, já que o Brasil é o segundo maior produtor mundial de cavalos inscritos em Stud Book’s.

ASPECTOS OPERACIONAIS.

INÍCIO - Captação de recursos para viabilidade operacional de início dependerá
exclusivamente da “permuta de cavalos de qualidade”, associado a um número
mínimo de alunos que permita pagarem-se as despesas mensais do programa de
ensino.

O número ideal para este incio de atividades é de 100 alunos, utilizando-se o
picadeiro superior do Parque (ex. equoterapia) em 8 (oito) períodos de aulas,
sendo o seu início às 7 horas da manhã e término às 20 horas. Os preços
praticados para duas aulas por semana será de R$200,00 (duzentos reais), sendo
desta forma inferior ao praticado em qualquer outra Escola de Equitação da
cidade de São Paulo, praticamente o mesmo praticado em escolas de natação no
bairro de Perdizes. Para atender a 100 alunos, não podendo nenhum cavalo
ultrapassar as 4 (quatro) horas de trabalho diário, necessitaremos de um número
mínimo de 16 cavalos para administrar as aulas. Nesta fase, a receita e o gasto
serão absolutamente equilibrados, sendo até necessário a “colaboração” de
alguns.

FASE INTERMEDIÁRIA – Esta fase é definida como “reconstrução” de todos os
detalhes operacionais relacionados com o futuro. Preparação do projeto de
reforma das cocheiras do Parque, através de leis de incentivo fiscal, assim
como o projeto de irrigação do picadeiro Central do Parque.

FASE DE AMPLIAÇÃO – Utilizando-se 4 (quatro) picadeiros simultâneos, sendo 3 (três) no
Picadeiro Central e um na Equoterapia, com mais dois redondéis de Guia para
iniciantes, o número de alunos poderá chegar a 650 (seiscentos e cinqüenta
alunos), número este real nas duas Hípicas da cidade de São Paulo, chegando a
um número de 64 cavalos de ensino, com uma previsão de faturamento bruto em
torno de 128 mil reais mês.

EQUOTERAPIA – Alcançando-se estes resultados, buscaremos através de verbas
próprias reativar as aulas de Equoterapia no Parque da Água Branca, não
dependendo financeiramente de nenhuma instituição e desta forma, possibilitar a
evolução dos alunos permanentemente, sem tempo de duração, mas sim de alta
clínica ou a transferência do mesmo para aulas regulares da Escola Nacional de
Equitação.

“QUE DEUS PERMITA A REALIZACÃO DESTE SONHO, QUE BENEFICIARÁ CENTENAS DE CRIANCAS DE NOSSA CIDADE E SÓ ELE SABERÁ QUANTAS TRANSFORMACÕES PODEREMOS PROVOCAR

Nuno Coelho Vicente
Diretor de Criação do Projeto
Tel – 11 83068876
e-mail – nunocv@montabrasil.com.br

ENTREVISTA NECO PESSOA

OS PISOS da HÍPICA

Temos hoje a “José de Verda “ e o “ Eloy Menezes” com o piso Tubin & Clèment, aprovados pelos cavaleiros e amazonas que saltaram no Athina e, também, por todos que os têm usado até hoje. Mas a antiga e boa receita da “areia de fundo de rio lavada” talvez acrescida de um ou outro material novo, me parece a mais indicada e econômica.

O QUE FALTA É PREPARAÇÃO!

Como é essa sua relação de vir de vez em quando ao Brasil? Sempre fiz e gostei de fazer clinicas. Fiz bastante aqui no Brasil, no passado, mas atualmente não vinha fazendo muito por falta de ter uma pessoa que organizasse, fazendo os contatos, o local e tudo mais. Agora venho tendo uma relação muito grande com o Sergio Stock, que tem ido montar conosco na Europa e se interessou em desenvolver isso. Como faço muitas clinicas por ano nos Estados Unidos e Europa, vir ao Brasil foi uma coisa boa, porque aqui revejo meus amigos, é a minha língua e posso passar experiência e esse ensinamento àqueles que querem.

Por que a opção de morar na Europa? Hoje em dia, a equitação no Brasil, digamos profissional, está bem evoluída e tem uma atividade bastante grande. Mas 40 anos atrás não tinha nada. O esporte era diletante. Aqui no clube (Hípica Santo Amaro) tinha meia dúzia de cavaleiros, outros poucos na Hípica Paulista, na do Rio de Janeiro etc. Nos anos 60, não se podia permitir viver dos cavalos. Aliás, o profissional não tinha acesso ao clube. O cavaleiro profissional nem sequer tinha acesso às instalações sociais do clube. Então você vê que era impeditivo. Hoje não, esse conceito terminou com os jogos olímpicos lá nos anos 80; hoje é mais profissional.

Podemos apontar que a falta preparo do cavalo no Brasil é o principal obstáculos? Sim, nós temos, bastantes, mas os cavalos que nós expomos no País não estão no nível ainda dos grandes cavalos mundiais. Não há duvida nenhuma, não tem ninguém que discute isso.


Qual a sua avaliação do cavalo Brasileiro de Hipismo, por exemplo? Temos uma criação que estáregular, de boa qualidade. São cavalos de uma origem, mesmo sem serem a top internacional. Mas está faltando alguma coisa na preparação dos cavalos. Tem algum caminho que não está funcionando bem, porque há muitos cavalos nascido aquí que foram para o estrangeiro e se desenvolveram; os cavalos que ficam não se desenvolvem. Tem cavalos que foram para Colômbia, Venezuela, México, Europa e se saíram bastante bem. Agora todas as nossas equipes não são compostas por nenhum cavalo nascido, criado e treinado aqui.

Poderia apontar um problema, aqui no Brasil, na questão da preparação dos cavalos? De forma geral, é um pouco a aceleração, muito apurado o desenvolvimento do cavalo. Há muita competição e isso submete o cavalo a um esforço prematuro.

Pelo que o senhor diz, os cavalos estão entrando em competições muito precocemente, sem antes ter uma experiência. Isso é um problema do Brasil? Não tanto a competição, mas treinamento excessivo para o cavalo. O cavalo de cinco, seis anos, basta ele treinar pela altura que ele compete, 1m20, 1m30, mas aqui vejo as pessoas puxando os cavalos demais. Isso é uma observação geral e todo mundo concorda com isso. Agora cada um faz com o seu cavalo que quer. Não posso proibir de treinar o seu cavalo demais, não podemos.


Falta então, de forma geral, treinadores qualificados no pais? Eu diria isso. Todo mundo diz isso, é um fato reconhecido, mas ninguém superou ainda essa barreira. O que se poderia fazer eu não sei. Proibir o cavalo de saltar muito, proibir o cavalo de saltar alto? Não sei, porque, afinal cada um age com o seu cavalo da forma que quer. Mas é uma pena, porque seguramente está se perdendo muitos cavalos.

O senhor também já criticou a falta de qualificação na formação de professores? Bom, aqui no Brasil todo mundo dá aula. Tem mais professores do que alunos. Como resolver isso? Os responsáveis têm que sentar em torno de uma mesa, confirmar esse diagnóstico e tomar uma iniciativa. Nós não temos nenhum professor que tenha uma formação, uma experiência. Não sei, eu não conheço todos os professores daqui, mas se perguntar: aprendeu com quem? Com ninguém! De onde veio? Do Mato Grosso, da selva ...... Ah, senhor é índio? Não, professor de equitação. Muito bem (risos). Na Europa, tem escola para isso. Tinha que ter mínimo um critério, da pessoa apresentar um currículo. Mas aqui não precisa nada disso.

Quer dizer que qualquer uma pode dar aula? Sim, e digo isso mesmo para as crianças, que é ainda mais perigoso. Temos visto no passado casos de acidentes fatais com crianças, porque falta prudência, falta escola.

O senhor foi formado na escola dos militares. Faz falta isso hoje? Faz, claro! Há 50 anos dizia que equitação praticada aqui era, em geral, melhor do que hoje em dia. Para cinco cavaleiros daquela época, hoje existem 500. O numero cresceu muito. Entretanto, entre os anos 50 e 60, nós fomos para Europa e tivemos resultados internacionais com cavalos nascidos e criados aqui, o que não acontece hoje. Os cavalos nascidos e criados no Brasil, se vão para Europa não conseguem resultado nenhum. Nos anos 50, o General Eloy, o Coronel Renildo, foram 4º lugar na Olimpíada; ganhamos a Copa da Nações com quatro cavalos brasileiros nascidos, criados e treinados aqui. Hoje em dia isso poderá acontecer porque temos todos cavaleiros criados e formados na Europa, com cavalos europeus também formados na Europa.

A Europa evolui ou nós que regredimos? Creio que os dois.


A questão econômica não é uma grande dificuldade para os cavaleiros se manterem aqui? A baixa premiação, por exemplo? Ok! A baixa premiação é sempre a mesma. Na Europa as pessoas também reclamam da baixa premiação; a premiação pode ser sempre maior. Agora, a premiação maior ajudaria no treinamento dos cavalos também? O que iria modificar? Ao contrario, iria prejudicar, porque iriam forçar os cavalos mais ainda. Não acho que isso é explicação, não. A baixa premiação é lamentável sobre todos os aspectos, mas ela não ia fazer o nível dos cavalos aqui aumentar.

O que falta é conhecimento técnicos? O que falta é preparar mais os cavalos e não forçá-los tanto.

É uma questão cultural? No fim do ano passado pessoas daqui mesmo reclamaram. O Carlos Johannpeter escreveu um artigo criticando a maneira de preparação dos cavalos para os campeonatos de cavalo jovem. É uma coisa notória, não sou eu quem está dizendo; minha participação apenas é uma a mais.

Essa dificuldade em preparar os cavalos é particularmente nos cavalos de Salto e hipismo ou em outras modalidades também? Não posso dar muita opinião nas outras modalidades, mas no salto, sim. Agora, no Concurso Completo nosso cavalo ainda está muito fraco. É uma modalidade na qual o ensinamento é mais importante que o Salto, e daí eles sofrem demais e vão muito mal. Vimos nas ultimas quatro olimpíadas as mesmas coisas: saem em últimos lugar no adestramento, fazem zero falta na prova de salto, mas é muito tarde e não conseguem recuperar mais.


Quer dizer que precisamos melhorar no adestramento? Vamos citar um exemplo: eu não tive a opção de levar muitos cavalos para a Europa, mas levei um potro daqui de dois anos e meio, filho do Baloubet, nascido aqui. Ele está agora com seis para sete anos e é um dos cavalos mais proeminentes que existem lá. Se estivesse aqui já estaria competindo, Lá está se adestrando, se formando fisicamente e se tornando um atleta. Se estivesse aqui acredito que já tivesse feito 50 provas e não teria chance. Acho que ele vai ser um cavalo do nível do Baloubet. Mas isso leva tempo. Rodrigo o montou uma vez no ano passado. Agora está sendo montado por jovens cavaleiros que trabalham comigo, feito provas da direita, esquerda, até atingir a idade de sete/oito anos.

Essa ansiedade se faz pela necessidade de se fazer os investimento virar lucro? É falta de cultura. É falta de as pessoas sentirem que isso faz mal aos cavalos. Estão fazendo uma coisa que está prejudicando a eles mesmos e aos cavalos. Os juízes dizem a mesma coisa, mas ninguém toma as providências que devem ser tomadas.

Como deve ocorrer a integração entre cavalos e cavaleiros? A integração deve ser feita entre os quatro e oito anos e de forma tranqüila, deixando o cavalo se formar por ele mesmo, e não forçá-lo à atingir níveis, não existe isso. Vamos transportar para outro meio. Se você pegar um juvenil de 14 anos, medicá-lo para ganhar musculatura e empurrá-lo para a divisão superior, vai arrebentar o atleta. O mesmo exemplo para qualquer outro esporte. Agora, em qualquer outro esporte, essa formação é feita por técnicos e aqui são feitas pelo dono do cavalo, ou pelo cavaleiro do cavalo.

Como for a sua formação? Quando iniciei, para começo de conversa, tínhamos muito respeito pelo instrutor e pelo seu superior, coisa que não existe mais hoje. Depois fui para a Europa. Hoje crio cavalos. Um dos melhores cavalos que o Rodrigo tem nasceu na nossa casa; hoje tenho cerca de 10 cavalos criados em casa.


Percebemos na sua clinica que o senhor enfatiza muito condução. Nota-se, também, que a grande dificuldade não é saltar, mas conduzir o cavalo... É um esporte que são dois, um animal vivo entre as pernas e um cavaleiro. Um tem que comandar o outro; o cavaleiro tem que comandar o cavalo, então, para isso, tem que se acreditar nisso e trabalhar esse ponto para desenvolver essa parte. É a parte, digamos, menos agradável do esporte que é esse plano de preparação, mas extremamente importante. Aqui as pessoas só gostam de saltar. Você olha para os picadeiros e estão todos vazios, porque não tem assistência. Chega aqui, aqui a pista cheia de gente saltando.

Como avalia o desempenho dos cavalos Lusitanos no Adestramento das Olimpíadas? Acho um grande esforço dos criadores. Eles criam por uma grande paixão a esse tipo de cavalo, mas é uma disciplina na qual estão longe de chegar a emparelhar com os cavalos holandeses e alemães. Isso vai ser uma missão muito dura.

Para finalizar, qual a grande lição que o senhor aprendeu desse convívio com os cavalos durante tanto tempo? O cavalo ensina a você muita coisa. O cavalo é o melhor professor de modéstia a humildade. Você está contando com o cavalo, mas chega na competição e ele mostra a você que não é bem aquilo, que você não está no ponto. É preciso paciência.. paciência.. Você tem sempre que aprender algo a mais, para poder compreendê-lo entendê-lo. Os cavalos falam, escutam, se manifestam.. Cavalo é uma criança e faz uma atividade para a qual não feito para isso. Não foi para carregar um homem e saltar obstáculo. O cavalo é um grande mistério, eterno segredo.