terça-feira, 3 de maio de 2011

PENSAMENTO E HISTÓRIAS II

A busca pela constante seleção do plantel e descoberta de novos potenciais genéticos, fazem desta atividade, algo ímpar nos dias de hoje. Um mix de hobby, beleza estética, conhecimento e amor à natureza em sua forma mais plena, a renovação da vida.
Não existe o ideal na inteligência, como não existem pessoas plenamente inteligentes em todos os sentidos desta, mas existem sim pessoas mais aplicadas e por isso com maior informação e desta forma com maior facilidade na utilização de sua perspicácia aonde poderemos traduzir em inteligência especifica para esta atividade.
Fora a filosofia que uma arte nos permite. No meu entender criar cavalos é uma arte em constante movimento e evolução, aonde um dia irá encontrar-se com a clonagem, fazendo com que a diferenciação resuma-se apenas ao ventre, ao ambiente de crescimento do produto, ao equilíbrio alimentar e por fim ao equitador e por fim ao piloto.
Enquanto estes tempos não chegam, à que imaginar o cavalo ideal e segui-lo. Francamente nunca o vi, mas o tenho em minha mente com perfeição e aqui entre nós 80% é um cavalo Puro Sangue Lusitano, aonde deposito a maior fatia deste ideal ao tal espírito “sofredor” e depois a sua beleza única de linhas e ângulos.
Todos concordamos que devemos a isso a seleção para a guerra e para as touradas, esta é a base. O cavalo moderno requer mais que isso, requer um cavalo com grande capacidade aeróbica, traduzindo em miúdos, que durante o esforço para começar a queimar as células e que estas sejam trabalhadas para não afetar os tecidos. Jack Le Goof já nos mostrou isso na prática há 30 anos atrás. Durante este período, de 1976 até os dias de hoje a raça PSL ficou adormecida neste detalhes, o qual parece surgir agora com os novos pensadores, através da retirada do domínio retrogrado da burguesia que dirigia a raça no mundo a favor de técnicos e uma nova geração plugada com a lucratividade e a competição, nada mais saudável.
Só nos falta o ICEP entender que o melhor produto que Portugal tém é o cavalo Puro sangue Lusitano, ele representa os marcos dos colonizadores deixados mundo a fora, com uma diferença, eles podem-se apresentar em qualquer terreno estrangeiro, do Canadá à nova Zelândia, da China ao Sul da Argentina.
Na minha ótica particular falta-se entender que o cavalo PSL é do mundo e que o dono da raça são os portugueses. Falta aos portugueses a humildade de ouvir os outros países e plugarem-se no que de melhor existe em pesquisa, tecnologia, informação e marketing, garantindo assim bons negócios para todos. É devido a este detalhe o qual precisamos renovar as pessoas.
Hoje considero a pessoa mais importante da raça o Sr. Vasco Freire, pelo simples fato de conhecer o mundo, de ter vivido as últimas décadas atrás do cavalo ideal na idéia dele, com um detalhe importante, nunca ter sido cavaleiro, mas com uma sensibilidade fora do comum pelo conjunto da obra. Olhar para o Sr. Freire e para Schockemöhle hoje é uma obrigatoriedade para quem gosta desta arte de criar cavalos.
De certo precisamos de ajustes, questionar sempre o que nos é apresentado numa bandeja, refletir e comparar. A simples cópia não nos trás a diferenciação e pior, não nos dá o risco de tentar evoluir, façanha a qual só é permitida a quem atinge uma plenitude de conhecimento interior o qual permite a analise dos mínimos detalhes tendo sempre como norte as bases, aliás ensinamento proveniente do cavalo. Sem bases sólidas não existe a progressão do ensino e se eventualmente ela bier a acontecer, não será permanente, em algum estágio a coisa irá andar mal. No cavalo PSL, esta solidez das bases, uma maior preocupação com a longevidade atlética nesta fase se faz absolutamente necessária, sendo que uma vez atingida, a progressão é rápida e segura, sendo que esta raça nos mente muito devido ao tal “espírito de sofredor”, ela nos dá sempre mais do que pedimos e esta é a característica fundamental que diferencia este cavalo dos outros e que infelizmente tornou-se a própria armadilha. Se me perguntassem por onde começaria a seleção deste cavalo, diria que seria por este aspecto, o qual jamais poderemos olhar para ele, mas sim apenas o podemos sentir e pior, só alguns o poderão sentir.
Para darmos um tiro direto na mosca, devemos com urgência absoluta mudar as formas de julgamento dos reprodutores. Cavalos com Taras, fora. Irregularidade de Aprumos fora, radiografias com problemas fora (infelizmente sabemos que nem todos os cavalos estes problemas são provenientes de aspectos genéticos), mas é um risco grande não o fazer.
Depois desta seleção aonde 60% dos cavalos serão afastados, estes terão de ficar em isolamento e serem testados em suas funções aeróbicas, mas acima de tudo em sua MONTABILIDADE. Isso só conseguiremos com precisão com a experimentação dos animais por grupo de pessoas de extrema experiência e bons cavaleiros, aonde o “assiette” seja a favor do movimento. Esta seleção no Brasil por exemplo, nos fecha num leque de no máximo cinco cavaleiros em todo o país. A seleção é simples destes cavaleiros, é filmá-los e vê-los quais destes montam a favor do movimento e quais aqueles que montam contra o movimento do cavalo.
Coloca-se os futuros garanhões por um mês em um local seguro e estudamos cada individuo. Estes passando nesta fase, estarão habilitados a reproduzir com cotas pequenas, aonde será assegurado apenas cotas maiores quando e somente seus filhos começarem a aparecer nas exposições até os 4 anos e depois nas competições. Este gráfico percentual será o guia para permitir-se ou não esta progressão de cotas de coberturas superiores. ESTE É O CAMINHO, qualquer caminho fora desta filosofia é tapar-se o sol com a peneira.
Ai entra a política, um congresso mundial de líderes da raça (primeiro a identificação destes mundo a fora), aonde Portugal fará o seu papel de regência disto tudo e lá serão aprovadas as normas as quais colocarão o cavalo PSL na vanguarda das raças esportivas do mundo, pois terá a seu favor os trabalhos já realizados em outros países com sucesso com ligeiros ajustes de adequação, sem tanto ao mar, nem tanto á terra.
Se eu fosse o dono da raça, faria deste jeito.
Outro aspecto importante é catalogar todos os animais existentes de grande potencialidade na raça vivos, éguas e cavalos. para isso alguém terá de viajar e filmá-los para julgamento. Serão centenas de animais, um trabalho que incluirá diversos países, entre eles a França, Brasil, México, EUA, Espanha e Portugal, os principais países.
No caso específico do Brasil, já que em Portugal a prática Eqüestre tem outro relevo, fazer com as pessoas montem mais a cavalo. Fazerem-se centros de desenvolvimento da Equitação em grandes centros e viciar as pessoas. Falo viciar porque um dia o qual tivermos a felicidade de “centaurizar” num cavalo, jamais perderemos esta impressão na vida. Sabemos que para “centaurizar” demora, mas se não começarmos a plantar esta semente, jamais chegaremos lá. São Paulo é uma cidade de 20 milhões de pessoas, quase a população de Portugal e não tém nela um centro eqüestre independente de qualidade a não ser as duas hípicas elitistas e de difícil acesso, sendo hoje o Brasil um país emergente, com um palmares nos esportes eqüestres invejável, assim como o segundo maior produtor de raças eqüinas registradas em Stud Books no mundo.
Para agregara a tudo isto, temos uma Olimpíada na porta e o Hipismo sempre foi responsável por medalhas, o que facilitaria a ajuda do Estado para a formação de uma Escola Nacional de Equitação, sendo que esta ficaria encarregada de implementar em outros estados o mesmo projeto, de forma sustentável. Serão estas escolas que irão receber os cavalo medianos. Só para se ter idéia numa breve pesquisa feita por minha pessoa em 5 bairros da cidade de São Paulo, existem mais de 500 mil crianças matriculadas em Escolas particulares, os números são enormes, sendo que este final de semana fui num concerto no maior parque da cidade da orquestra filarmônica de Berlin e os 3 primeiros patrocinadores deste espetáculo gratuito para o povo são marcas aonde os seus proprietários tém vínculos estreitos com o Cavalo e todos criam cavalos, Mantecorp, Votorantim, Bradesco. Francamente, falta apenas querer fazer, mas para isso precisa-se de um grupo de pessoas empenhadas.
Com isso obteremos a seleção e a pratica, uma não anda sem a outra, pelo fato que precisa-se de “grana” e grana provém para o criador através da venda de produtos.
Outro ponto importante em termos de vendas de cavalos é a ABPSL. Lembro-me que no passado esta fazia leilões, etc, existia um movimento, hoje nada existe. O programa de venda de cavalos na ABPSL é mascarado e investe contra a raça, ele é medíocre na sua essência, péssimas fotos, sem vídeos, sem garantias de nenhuma forma. Alguém terá de ser responsável por este programa de vendas e não deixá-lo ao acaso apenas ao mercado. Caso exista um programa bacana de venda de cavalos, sim poderemos faturar até 10% em cada Vanda, revertendo este valor para a ABPSL e seus projetos de fomento.
Assessoria de imprensa é imprescindível. Ela terá de criar a notícia e colocá-la nos meus de comunicação, através de contatos e não por dinheiro. O que temos hoje não funciona a não ser para alguns. Nos últimos dias ando pesquisando sobre um tema interessante o qual surgiu de uma palestra para empresários o qual tive o privilégio de ouvir. A sexualidade e o cavalo (calma!!) . Explicarei: - Quando solteiro, escolhia minhas namoradas (quase todas amazonas) pelo jeito que estas montavam a cavalo, como elas centaurizavam, seu “assiette” e sua descontração em relação ao ritmo proveniente do cavalo. Outro dia o tal palestrante falou-me sobre a divisão de energias dos empresários e a razão ela qual alguns são ruins sexualmente e explicou que era devido a estas energias concentrarem-se demais na região superior do corpo e que estas pessoas deveriam procurar trabalhar a parte inferior de seu corpo, mais especificamente a região pélvica para terem uma vida saudável. Este exemplo que vos dou aqui terá acesso direto a todas as revistas de sustentabilidade e saúde do país, fazendo o cavalo o centro das atenções. Outro artigo dentro da mesma linha são os benefícios na mulher nas questões relativas a sua manutenção da forma física, principalmente mulheres com mais de 40 anos. ISTO É TRABALHO DE JORNALISMO, isto é criar artifícios reais para ter acesso à mídia, tendo o cavalo como tema central, sem falar nos temas família e seus benefícios, ampliando-se para a técnica específica de eqüinocultura.
Precisa-se de um programa via internet que fale especificamente de temas técnicos, que aborde todos os temas, de genética a pastagens, de doma a alta competição. Esse programa hoje é de baixo custo comprado a 10 anos atrás, uma pessoa o faz sozinho praticamente, apenas precisa-se do conhecimento e de não matar este profissional de fome. O problema de certo será mostrar-se os caminhos e “furar os olhos” dos malandros. Eles não aceitariam pois estão no poder e o seu interesse é manter os outros “burros” para que possam furar os olhos dos outros com mais facilidade, através das eternas mentiras.
Só estas 3 atitudes as quais desenvolvi aqui já fariam a revolução.
Fui....há que trabalhar.

Um comentário:

Katia Fonseca disse...

Adorei todos os pensamentos... São Paulo com duas Hípicas elitistas, e por onde quer que eu procurasse a equitação é um esporte bastante caro. Por outro lado, talvez seja melhor assim. Criar cavalos populares em grande número, pode gerar uma população de cavalos à esmo de maus-tratos, sobretudo, quando o animal não servir para mais nada ou por conviver com um maior número de pessoas despreparadas para lidar com os animais.
Eu nunca tinha ouvido dizer que o esporte fazia a manutenção de peso em mulheres com mais de 40 anos como eu. Confesso que não acredito muito em mágica. Embora deva dizer, que os cavalos são apaixonantes e nos servem como ansiolíticos. E na calma a gente se alimenta melhor e sem compulsão.
Enfim, e o melhor de tudo, foi ler o tal do verbo "centaurizar"... Eu estou construindo o meu centauro e isso me fascina demais.
Grande abraço, Nuno!